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O Brasil ocupa o posto de 7º país mais desigual do mundo, de acordo com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Divulgado na segunda-feira (9), com base em dados coletados em 189 países, o Brasil tem a segunda maior concentração de renda do mundo, ficando apenas atrás do Catar.
Em relação ao relatório do ano anterior, o Brasil teve um crescimento insignificante no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) das Nações Unidas.
Em 2018, o Brasil – que está entre as maiores economias do mundo – alcançou o IDH de 0,761 (alta de 0,001 em relação a 2017). Assim, o país ficou na 79ª posição no ranking IDH, empatando com a Colômbia e ficando atrás do Uruguai (57ª), Argentina (48ª), Chile (42ª), Letônia (39ª), Malta (28ª), Islândia (7ª) e Noruega (1ª)
Na lista de 150 países ordenada pelo Índice de Desenvolvimento Humano “Ajustado à Desigualdade (IDHAD)”, que mede a perda do desenvolvimento humano devido à distribuição desigual dos ganhos do IDH, o Brasil recuou de 0,761 para 0,574 — o que equivale a uma perda de 24,5% no valor e de 23 colocações na lista mundial. Neste quadro o Brasil ocupa a 102ª posição.
De acordo com o relatório do PNUD, a fatia dos 10% dos mais ricos do Brasil concentra 41,9% da renda nacional. O universo do 1% mais rico representa 28,3% da renda, isto representa a segunda maior concentração do mundo de renda nesta parcela populacional – atrás apenas do Catar com 29%.
“O dado sobre desigualdade não piorou, nem melhorou, o que é muito ruim porque já é tão baixo que não tem como piorar”, disse a economista coordenadora do relatório, Betina Ferraz Barbosa.
Segundo a economista, o bom desempenho dos ricos no Brasil faz com que o IDH do país aumente. Por esse motivo, o Pnud criou um índice que cruza dados de outras pesquisas para ajustar esse número.
“Mascarada [pelas médias]. É a boa performance dos ricos que faz com que o IDH do país fique alto. Temos verdadeiras Noruegas aqui dentro, ilhas de prosperidade. Mas temos uma realidade muito díspar”, disse Beatriz Barbosa ao destacar o peso das diferenças regionais no país.
O IDH é um indicador que vai de 0 a 1, ou seja, quanto mais perto de 1, mais desenvolvida é a nação. A avaliação do indicador leva em consideração dados de saúde (expectativa de vida), educação (expectativa de escolaridade e média de anos de estudo para pessoas com 25 anos ou mais) e renda per capita.