EUA têm 26 milhões de contaminados e cerca de 435 mil mortos pela Covid-19

Com a devastação de setores inteiros da economia pela pandemia do coronavírus, o Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos registrou uma retração de 3,5% em 2020, no pior desempenho desde 1946, um ano após a Segunda Guerra Mundial.

Conforme os dados apurados pelo Ministério do Comércio estadunidense, a queda se deu com a economia dando sinais claros de avaria – marcando o primeiro declínio anual desde a crise de 2007-2008 – após um pífio crescimento de 2,2% em 2019 e de 3,0% em 2018. O Ministério assinalou que, com as exceções do governo e do mercado imobiliário, todos os setores da economia – que já não andavam às mil maravilhas – sofreram baixa na produção em função da Covid-19.

De norte a sul dos EUA, números como os 26 milhões de contaminados pelo coronavírus e as cerca de 435 mil mortes, até o momento, falam por si. São cifras mais do que eloquentes da forma como o governo Trump tratou a saúde, e de como o descaso impactou, também, no crescimento vertiginoso do desemprego e da deterioração da massa salarial. O tombo dos gastos do consumidor, apontou a agência Reuters, que recuaram 3,9%, a maior queda desde 1932.

Nesta quarta-feira (27), o Federal Reserve manteve inalterada a taxa básica de juros próxima de zero e se comprometeu a continuar injetando dinheiro na economia por meio de compras de títulos, frisando que o “ritmo da recuperação na atividade econômica e emprego se moderou nos últimos meses”.

Como alerta o economista Michael Roberts em matéria recentemente publicada, no sistema que privilegia a especulação banqueira, “o dinheiro injetado financia o crescimento do preço dos ativos financeiros mais do que o consumo e os investimentos”. Depois da devastação trumpista, enfatiza Roberts, sem o investimento produtivo a partir do Estado não há como sair o cassino que entrava o desenvolvimento econômico norte-americano.