Exportações chinesas cresceram 13,2% em setembro, atingindo o valor histórico de US$ 203 bilhões

A economia chinesa continuou em ascensão no mês de outubro, impulsionada pelo crescente apoio fiscal, aponta a Oficina Nacional de Estatísticas da China.

O país consegue atravessar a crise provocada pela pandemia, enquanto grande parte das economias mais avançadas seguem mergulhados no maior declínio mundial desde a Grande Depressão dos anos 1930.

Neste contexto, a China elevou em 6,9% a sua produção industrial em termos anuais, o mesmo índice que o verificado em setembro. Ao mesmo tempo, o índice de produção de bens industriais aumentou de 5,8% para 8,7 %, enquanto os investimentos de capital cresceram 9,3% frente aos 7,6% de setembro.

A situação do consumo também melhorou, com uma elevação das vendas no varejo de 3,3% para 4,3 %, números que já se assemelham ao ritmo pré-pandêmico. Ainda mais animadores são os percentuais do setor de serviços que registrou um crescimento recorde em 18 meses (7,4 % diante dos 5,4 % anterior). A taxa de desemprego baixou de 5,4% para 5,3 %, que supera levemente em 0,1% a taxa do final de 2019.

Anteriormente, o Produto Interno Bruto (PIB) da nação asiática havia aumentado 4,9% interanual no terceiro trimestre após um crescimento de 3,2% no segundo trimestre e a queda de 6,8% no primeiro. Como resultado, nos primeiros nove meses de 2020 o indicador se fixou em taxas positivas, ao expandir o PIB em 0,7% interanual em comparação ao mesmo período do ano passado.

Desta forma, é possível que a China seja a única grande economia que experimente crescimento neste ano. Conforme projeções do próprio Fundo Monetário Internacional (FMI), o PIB do país crescerá 1,9% em 2020, enquanto se avalia que economias emergentes e desenvolvidas caiam cerca de 5,8% em termos médios. Além disso, o organismo prognostica que o crescimento chinês chegue a 8,2% em 2021.

Segundo Michael Pettis, professor de Finanças da Universidade de Pequim, “a chave é que, enquanto em muitos países o PIB é a consequência da atividade econômica, na China é um antecedente”. “O governo planifica e estabelece uma cifra e, em seguida, os níveis mais baixos da administração devem fazer o que for preciso para alcançá-la”, explicou Pettis, frisando que o mais importante é saber de quanto crescimento se precisa, gerando empregos e valorizando salários.

PANDEMIA SOB CONTROLE

A China foi o primeiro país a enfrentar a pandemia de Covid-19 e também o primeiro a conter a propagação do vírus em nível nacional, enquanto o número de infecções segue aumentando em todo o mundo, com muitos especialistas alertando para uma “segunda onda”.

De acordo com os especialistas, a rápida recuperação do país é resultado das políticas restritivas decretadas, com o controle dos cidadãos e cerco total contra o coronavírus. De forma complementar, o governo chinês aplicou uma série de pacotes de estímulo, proporcionando fundos para ajudar os consumidores e as empresas a fazerem frente às perdas econômicas, o que repercutiu em um impulso do crescimento.

Particularmente surpreendentes são os números das exportações, que continuam a crescer: 13,2% em setembro, até atingir o valor histórico de US$ 203 bilhões (R$ 1,1 trilhão). Em abril, a China respondeu por quase um quinto das exportações mundiais.