O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, participa da assinatura do acordo setorial de eletroeletrônicos, no ministério.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a abertura de um inquérito contra o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, por ter atuado em favor de madeireiros ilegais na Amazônia. A ministra Cármen Lúcia será a relatora do caso.

No requerimento, a PGR pede para que o ministro de Bolsonaro seja investigado pelos crimes de advocacia administrativa, obstar ou dificultar a fiscalização ambiental e impedir ou embaraçar a investigação de infração penal que envolva organização criminosa.

A PGR pediu autorização ao STF para colher o depoimento de Ricardo Salles, de proprietários rurais, agentes de fiscalização do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama) e dos agentes da Polícia Federal que participaram da Operação Handroanthus, que apreendeu mais de 130 mil m³ de madeira ilegal.

O Ministério Público Federal (MPF) também pediu a cópia digitalizada de todos os procedimentos de fiscalização e investigação relativos aos crimes ambientais.

O documento enviado cita ainda que o ministro Ricardo Salles disse que a notícia-crime apresentada pelo delegado da PF, Alexandre Saraiva, é “infundada”, mas confirmou sua participação em uma reunião com madeireiros para discutir as operações da PF que estavam apreendendo madeira ilegal.

“O comparecimento, in loco, da mencionada autoridade [Salles], bem como as suas manifestações públicas quanto a uma investigação em curso, são dados exaustivamente documentados pela autoridade policial, com registros fotográficos, a merecer os devidos esclarecimentos”.

O pedido de abertura de inquérito decorre da denúncia feita pelo ex-superintendente da Polícia Federal no Amazonas, Alexandre Saraiva. Saraiva contou que o ministro Ricardo Salles fez uma “pseudoperícia” nas madeiras ilegais e que tentou acobertar crimes.

Alexandre Saraiva apresentou a notícia-crime contra Ricardo Salles ao STF, que, através da ministra Carmen Lúcia, passou o caso para a PGR. A ministra disse que os fatos apresentados têm “gravidade incontestável” e envolvem “tema de significação maior para a vida saudável do planeta, como é a questão ambiental”.