PF condena Bolsonaro por “desvalorização” da segurança pública
Associações de delegados e peritos da Polícia Federal divulgaram, nesta terça-feira (5), uma nota de repúdio contra governo Bolsonaro pelo não cumprimento da promessa de reajuste salarial aos servidores da segurança pública.
“O não cumprimento do compromisso firmado publicamente pelo Presidente da República, Jair Bolsonaro, é a representação máxima do que esse governo significou para a segurança pública e seus servidores: descaso, desprestígio e desvalorização”, afirmam as entidades, lembrando que Bolsonaro foi eleito com a bandeira da segurança e do combate à corrupção.
“A Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF), a Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais (APCF) e a Federação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (FENADEPOL) repudiam veementemente a forma de condução e a posição do governo federal durante a discussão de um tema tão sensível, lamentando o encerramento do prazo para que fosse aprovada e sancionada a reestruturação das forças de segurança da União”, diz o documento.
A nota afirma ainda que “a despeito de todo o retorno que a Polícia Federal proporciona ao Estado, ano após ano, do sacrifício diário de seus policiais nas fronteiras, no combate ao tráfico de drogas, no combate ao crime organizado e à corrupção, hoje os policiais federais possuem menos direitos e salários menores do que antes da atual gestão”.
A denúncia de que houve interferência do presidente na investigação contra o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro, também é lembrada pelos policiais, que, na nota, criticam o governo pelas “várias tentativas de centralizar as decisões sobre a cadeia de comando do órgão”, ou “falas que constantemente jogaram desconfianças sobre a autonomia e a imparcialidade do órgão”.
Por fim, as entidades afirmam que “não há como acreditar mais em promessas de que a valorização das forças de segurança virá no futuro”, e que continuarão a “defender seus policiais e sua instituição, como uma polícia de Estado e não de governo, seja qual for o governante, independentemente de ideologia ou viés político, combatendo sempre o uso da Polícia Federal como mecanismo de marketing governamental”.
EDIÇÃO: Guiomar Prates