Após a decisão do ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Ives Gandra, que decretou ontem (17) a ilegalidade da greve dos petroleiros, a Federação Única dos Petroleiros (FUP), a Federação Nacional dos Petroleiros e os sindicatos regionais da categoria afirmam que “não vão se intimidar” e orientam os petroleiros a manterem a greve, que já chega ao seu 18º dia.
A FUP afirma que vai recorrer da decisão do ministro que “mais uma vez decide monocraticamente pela ilegalidade de um movimento legítimo”.
O ministro, que é relator do processo de dissídio coletivo, atendeu a pedido da Petrobrás, e ainda autorizou que a empresa tome “medidas administrativas cabíveis”, como corte de salários, sanções disciplinares e demissão por justa causa.
As entidades reafirmam que “a greve é um direito garantido a todos os brasileiros pela Constituição de 1988, dentre eles os petroleiros”.
A greve nacional dos petroleiros contra o fechamento da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná, as demissões que afetam mais de mil trabalhadores na região e contra o desmonte e privatização da Petrobrás, já mobiliza cerca de 21 mil trabalhadores em mais de 120 unidades do Sistema Petrobrás.
“A força desse movimento histórico está na unidade da categoria petroleira e na resistência aos desmandos da gestão Castello Branco”, diz nota da FUP.
Em decisão anterior sobre a greve, o STF e o TST tinham autorizado a paralisação com 90% trabalhando. O entendimento da Petrobrás é que a atual decisão impede qualquer movimento, o que é contestado por juristas, que afirmam ser o direito constitucional. O julgamento definitivo da questão no TST está marcado para 9 de março.
Nesta terça-feira (18), a partir das 16h, acontece um ato em frente à sede da Petrobrás, no centro do Rio de Janeiro que, segundo os organizadores, além de caravanas de petroleiros de todo o país, vai contar com a participação de estudantes e movimentos sociais.