Unidade de hidrotratamento de diesel da Refinaria Landulpho Alves - RLAM

Após 19 dias de greve dos petroleiros, que garantiu a suspensão das demissões na Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados no Paraná (v. Justiça do Trabalho suspende demissões em Fábrica de Fertilizantes no Paraná), o ministro Ives Gandra, do Tribunal Superior do Trabalho (TST), aceitou mediar a negociação com a categoria e marcou a reunião de mediação para a próxima sexta-feira (21).
Embora o ministro tenha dito que o encontro depende da suspensão da greve, a decisão foi mais uma vitória do movimento, que mobiliza trabalhadores em 121 unidades da Petrobrás em todo o país.
A suspensão, até o dia 6 de março, das demissões foi acatada pela desembargadora Rosalie Michaele Bacila Batista, em audiência de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho do Paraná (TRT-PR).
“Uma decisão que só ocorreu diante da impressionante unidade e mobilização demonstrada pelos petroleiros até agora, mas vale destacar, apenas temporária. Não podemos permitir que isso se transforme numa manobra”, afirmou o diretor da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), Eduardo Henrique.
A suspensão das demissões dos mil trabalhadores da Fafen, entre funcionários da Petrobrás e terceirizados, é a principal reivindicação do movimento grevista.
“Designo reunião de mediação para o dia 21 de fevereiro, sexta-feira, às 10h00, em meu gabinete no Tribunal Superior do Trabalho, para discussão das matérias que envolvem a presente greve, condicionando sua realização à imediata cessação do movimento”, despachou o ministro do TST, que na semana passada havia declarado a greve ilegal.
Estavam presentes na reunião, além dos dirigentes das entidades dos petroleiros, um expressivo número de deputados e senadores que apoiam o movimento e veem na mediação uma oportunidade de resolver o impasse entre os trabalhadores e a estatal.
A Federação Única dos Petroleiros (FUP) informou que a decisão do ministro e a condição imposta por ele, de que a reunião só acontecerá se a greve for suspensa, será analisada pelas direções sindicais, que avaliarão os próximos passos da paralisação.
Segundo a entidade, a greve “já é vitoriosa só por existir nesta conjuntura de ataques aos direitos dos trabalhadores e ao Estado Democrático de Direito”.