O governo aumentou o preço da gasolina pela segunda vez em pouco mais de uma semana. Nesta quarta-feira (27) foi anunciado pela direção da Petrobrás novo reajuste no valor do combustível nas refinarias, desta vez de 4%. O último aumento, do dia 19 de novembro, havia sido de 2,8%.
Este percentual de reajuste incide sobre a gasolina comprada nas refinarias pelos distribuidores, ou seja, pelos postos. O impacto no valor final, pago nas bombas, poderá variar de 2% a 2,5% segundo os cálculos do economista Flávio Serrano, consultado pela Veja. Se assim for, a gasolina para os consumidores atingirá o maior valor por litro desde o final de maio (cerca de 1,93 real por litro), quando estouraram as manifestações de caminhoneiros em todo o país contra o aumento abusivo dos combustíveis.
Apesar da riqueza em petróleo e das condições de exploração e refino desenvolvidas pela Petrobrás, desde 2016 é adotado no Brasil uma política de preços de “paridade” em relação aos combustíveis importados.
Para especialistas, a ideia é absurda: se um país é rico e tem condições de produzir mais barato um determinado produto, é natural que tal tenha preços mais baixos, especialmente para consumo e desenvolvimento interno.
“O consumidor brasileiro paga preços vinculados ao petróleo no mercado internacional e à cotação do dólar, além dos custos estimados de importação, apesar do petróleo ser produzido no Brasil e de haver capacidade de refiná-lo no país. Enquanto isso a Petrobrás perde mercado”, afirma Claudio da Costa Oliveira, economista aposentado da Petrobrás.
“Essa ideia não encontra paralelo em nenhuma empresa do mundo, já que prejudica o consumidor brasileiro, a Petrobrás e a economia do pais. Os únicos beneficiados são os “traders” internacionais e as refinarias no exterior (principalmente americanas) para onde estamos transferindo mprego e renda”.