Foto: Marcello Casal (Agência Brasil)

O governo Bolsonaro autorizou na sexta-feira (28) o sexto aumento consecutivo nos preços do gás de cozinha desde maio. O gás tipo GPL (Gás Liquefeito de Petróleo), mais usado em botijões de 13 kg para consumo residencial, o conhecido gás de cozinha, ficou 5% mais caro nas refinarias. O último reajuste, também de 5%, ocorreu no dia 13 de agosto.

O reajuste também é válido para o GLP consumido pelo comércio e pela indústria que já amargam o estrago feito pela pandemia e o descaso do governo com o crédito emergencial às empresas.

Ao invés de ter uma regulação especial para o gás de cozinha, um item de primeira necessidade, o governo reajusta o preço de acordo com a paridade de importação como referência – que varia conforme as cotações internacionais do produto e variações do dólar.

Segundo especula-se no “mercado”, a tendência de alta nos preços do GLP no mercado internacional vai continuar em setembro. Isso, graças à temporada de furacões nos Estados Unidos, que também estaria refletindo nos preços dos combustíveis.

“Esta metodologia de precificação acompanha os movimentos do mercado internacional (para cima ou para baixo)”, diz a Petrobras em nota.

Segundo a Petrobras, com o novo reajuste, o preço médio nas refinarias será equivalente a R$ 29,27 por botijão de 13 quilos. Para o consumidor final, o valor médio de comercialização dos botijões, com o grande sobrepreço aplicado pelas distribuidoras, que hoje está em torno de R$ 70 nas principais capitais do Brasil – podendo chegar a R$ 100 em algumas localidades, poderá ficar ainda mais caro.

Apesar de ser item essencial para manutenção das residências, além dos elevados preços que seguem as cotações internacionais, o valor do botijão de gás para o consumidor final não passa por nenhuma regulação por parte do governo.

Logo no início das medidas de isolamento e quarentena necessárias para conter a pandemia, o valor do gás de 13 kg ao consumidor disparou – chegando a custar R$ 170 em locais de abastecimento escasso e periferias. Diante dessa crise sem precedentes, com o desemprego aumentando e milhões de famílias dependentes do auxílio emergencial, era de se esperar que o governo administrasse os preços de produtos e serviços essenciais para atender, sobretudo, às famílias mais vulneráveis.