Protesto em defesa da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) em maio.

Pesquisa Datafolha divulgada no domingo (22) apontou que a maioria dos brasileiros defende que o governo deve oferecer educação gratuita a todos os brasileiros. O levantamento mostra que no ensino superior, 67% defendem o ensino gratuito. 70% dos entrevistados acreditam que a educação deve ser gratuita nas creches. No ensino fundamental e médio, 79% compartilham a opinião.
A opinião de que é obrigação do governo oferecer educação é consenso entre todos os segmentos da população, independentemente de escolaridade, renda, idade, região, gênero, raça, posição política e avaliação da gestão Bolsonaro.
A proporção dos que consideram que o Estado só deve oferecer educação a quem não pode pagar é de 18% no nível fundamental e médio, 28% nas creches e 29% no ensino superior.
A pesquisa apontou ainda que mesmo entre os entrevistados que aprovam o governo de Bolsonaro, a maioria acredita que o governo deve oferecer ensino superior a todos e não só a quem pode pagar. O mesmo se dá entre os que se classificam à direita do espectro político – 61%. Dos que se classificam à esquerda, o percentual é de 67%. Já quem se denomina como centro-esquerda e de centro totalizam 73%.
A Constituição Brasileira estabelece que o ensino deve ser gratuito em estabelecimentos oficiais. Em 2017, o Supremo Tribunal Federal (STF) entendeu que a definição não vale para cursos de especialização lato sensu oferecidos por universidades públicas, que podem ser pagos. Entretanto, há projetos de lei no Congresso Nacional que propõem a cobrança de mensalidades em todo o ensino superior.
A pesquisa aponta que a população brasileira é contrária à política defendida pelo governo Bolsonaro, de que o país gasta muito com a Educação Superior e que mensalidades devem ser cobradas em determinados cursos de pós-graduação nas universidades federais.
“Eu acho que se a gente focar na cobrança de pós-graduação, você não tem que discordar. Está lá o bonitão com o diploma de advogado querendo fazer o mestrado. E aí tem que pensar em pagar. O aluno de graduação, acho que não, esse a gente poderia postergar. Mas o de pós, esse tem condição de pagar”, disse o ministro da Educação bolsonarista, Abraham Weintraub, durante audiência na Câmara dos Deputados.