“Como presidente convoco todos à unidade”, afirmou Castillo, a seis dias da posse

“Como presidente da República, convoco todos os partidos políticos, todos os sindicatos, os povos indígenas e organizados, as associações profissionais, universidades e acadêmicos à mais alta unidade”, assinalou Pedro Castillo, no ato de receber formalmente do Júri Eleitoral Nacional suas credenciais como vencedor das eleições e presidente eleito do Peru, na sexta-feira (23).

Sublinhando que os problemas do país só podem ser superados com a unidade de todos, Castillo exortou os diferentes setores políticos e sociais a trabalharem juntos: “Deste espaço abrimos as portas a quem não pensa como nós, a outras forças políticas. Hoje é a hora de unir forças”.

“Vamos declarar guerra à pandemia, porque em primeiro lugar está a saúde do nosso povo”, enfatizou.

Ao declarar que “vamos nos preocupar em reativar a economia do povo peruano, de todas as classes, acrescenta seu apelo a ”todo o povo peruano, para que façamos o mais imediato esforço no âmbito da unidade mais ampla para acabar com essas desigualdades que afetam o povo peruano”.

“O povo é o governo. Essa luta não pode ser traída ”, disse logo depois o professor rural e dirigente sindical para uma multidão entusiasmada em um ato na noite de sexta-feira. “Peço-lhes que fiquem vigilantes. Vocês estiveram vigilantes antes, durante e também estarão vigilantes depois, neste caminho que empreendemos. Não vim apenas pedir-lhes para serem vigilantes do governo, mas também que sejam integrantes do governo. Vocês são o governo. O povo é o governo. Ajudem-nos irmãos a dirigir este trabalho. Este é o trabalho do povo peruano. Esta é a vossa luta. Não vamos trair o povo. Essa luta não pode ser traída”, afirmou.

Castillo falou com seus simpatizantes de uma varanda com vista para Praça San Martín, no centro de Lima, localizada a poucas quadras do Palácio do Governo, e que é cenário tradicional de manifestações políticas e protestos sociais. O professor que vem de uma das zonas andinas mais pobres do país, e que no dia 28 assumirá a presidência do Peru, lembrou sua participação nas lutas sindicais daquela mesma praça, que desta vez o recebeu como presidente eleito. “Aprendi a lutar nesta praça junto com vocês, com os operários e os camponeses. A lembrança mais querida é a luta com os professores de todo o país. Graças à luta temos agora um projeto político, uma alternativa para o país”, asseverou.

Na próxima semana será eleita a direção do Congresso unicameral de 130 cadeiras, que deve configurar o conjunto dos poderes do país andino.