"Não queremos voltar ao passado, quando se derrubou a democracia para levar nossas riquezas", diz Verónika

“Colocamos à disposição toda a nossa vontade e toda nossa força para superar a crise e avançar. Ratificamos nosso compromisso para trabalhar de forma conjunta e conquistar um governo do povo liderado por Pedro Castillo”, afirmou a psicóloga e antropóloga Verónika Mendoza, que alcançou 7,8% dos votos (o sexto lugar) em 11 de abril, no primeiro turno das eleições.

A ex-candidata do movimento Juntos pelo Peru, e o candidato Pedro Castillo, que disputa o segundo turno pela agremiação Peru Livre, assinaram acordo de juntar forças rumo à vitória nas eleições presidenciais, no próximo 6 de junho.

Entre os compromissos assumidos, sublinhou Verónika, estão a luta contra a “crise sanitária e social relacionada à pandemia, a reativação da economia, priorizando a geração de emprego, e deixar para trás o modelo imposto pela ditadura fujimorista”.

Segundo a dirigente social, “não está em jogo somente a vitória do professor Castillo, temos a responsabilidade histórica de frear a máfia, o autoritarismo e a morte”. “Não queremos voltar ao passado, aos anos 90, quando com tanques se derrubou a democracia, se assaltou e levou embora nossas riquezas”, declarou.

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Conforme relatório da Ouvidoria do Povo do Peru, os eleitores de 67 dos 76 distritos e províncias que mantêm processos em defesa do meio ambiente votaram pelo candidato Pedro Castillo.

Claramente os eleitores destas localidades que se encontram mobilizadas contra os abusos da oligarquia e das transnacionais da mineração, petróleo e gás escolheram as propostas do professor. Nada menos que 88% do total do eleitorado se alinhou ao programa nacionalista e defensor da regulação do Estado. Além disso, o líder oposicionista venceu em 46 dos 50 distritos mais pobres do país andino.

Trinta e quatro pessoas, entre integrantes da cúpula da Força Popular, que concorre nesta segunda rodada eleitoral com Castillo, além de tesoureiros, contadores, representantes e, administradores do partido, foram indiciados pelo promotor José Domigo Pérez por terem contribuído na recepção, lavagem e ocultação de dezessete milhões, 312 mil e 984 dólares durante as campanhas presidenciais de Keiko Fujimori em 2011 e 2016.

As penas imputadas aos membros da cúpula do partido fundado pela filha do ditador Alberto Fujimori (1990-2000) somam 781,9 anos de prisão.

Para outro grupo de seis envolvidos – a maioria advogados de Keiko Fujimori e seus cúmplices – aos que a Promotoria atribui o delito de obstrução à Justiça, o promotor solicitou 37 anos de cárcere.