Perpétua Almeida: Vacinação massiva é urgente
O atraso na campanha de vacinação contra o coronavírus no Brasil significa o aumento avassalador de vidas perdidas. Mais de 180 mil pessoas já morreram em meio à irresponsabilidade do governo Jair Bolsonaro. O que mais importa, neste momento, é usar a ciência para viabilizar o acesso dos brasileiros a todas as vacinas disponíveis no mundo.
Por Perpétua Almeida*
O descaso do presidente da República afronta o direito constitucional dos cidadãos à vida e à saúde. Impedir que as pessoas se imunizem contra o coronavírus é crime de responsabilidade, e o Congresso Nacional terá de agir.
Entramos com requerimento pedindo a instalação de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para que sejam investigadas as ações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e do Ministério da Saúde em razão dessa demora no planejamento da vacinação.
Temos de apurar o porquê da suspensão dos testes clínicos e da liberação do registro da vacina brasileira, a Coronavac, desenvolvida pelo Butantan em parceria com farmacêutica Sinovac chinesa. É fundamental averiguar se a decisão tem motivação político-partidária.
O Supremo Tribunal Federal (STF) cobra do governo a apresentação da data de início e término do Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19. Infelizmente, sabemos que esse plano é uma farsa. Não define início da vacinação, não determina metas mensais e nem prazos para entrega de quantitativos dos fornecedores de vacinas. Na prática, é uma declaração de intenções vaga e sem o detalhamento necessário. É grave o fato de que 36 especialistas desautorizaram e negaram suas assinaturas no plano.
Vários países da Europa, começando pela Inglaterra já iniciaram vacinação em massa. Os Estados Unidos também iniciaram vacinação massiva. Deixaram toda logística pronta para isso. É assim que se comportam os países quando a vida do seu povo está em jogo.
Estamos em guerra contra um inimigo invisível, o vírus. Para vencê-lo, precisamos botar em campo todos os nossos melhores soldados: cientistas, pesquisadores, médicos e laboratórios. A indústria nacional deve ser convocada e estar a serviço desse feito. A população precisa ser incentivada a torcer, colaborar e se cuidar.
O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, traz hoje desgastes irreparáveis às Forças Armadas, quando joga no time dos que são contra a ciência e obedece às ordens de um presidente sabotador das medidas sanitárias.
Chega de irresponsabilidades com a saúde do povo! É urgente fazermos uma campanha massiva de imunização da população.
*Deputada federal (PCdoB-AC) e líder do PCdoB na Câmara.
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