Chinese police guard the entrance to the closed Xinfadi market in Beijing on June 13, 2020. - Eleven residential estates in south Beijing have been locked down due to a fresh cluster of coronavirus cases linked to the Xinfadi meat market, officials said on June 13. (Photo by GREG BAKER / AFP)

O governo chinês informou nesta segunda-feira que Pequim decidiu se declarar em “guerra” contra a Covid-19. O anúncio foi feito após a reaparição, nos últimos dias, de 79 casos registrada no Xinfadi, principal mercado de alimentação da capital.

“Pequim entrou em um período extraordinário. A comunidade deve trabalhar rapidamente, em estado de guerra, para prevenir a transmissão do vírus na capital”, afirmou XU Ying, representante do governo municipal. De acordo com Ying, mais de 100.000 pessoas foram mobilizadas e se encontram supervisionando 7.120 comunidades de vizinhos, em 11 bairros, a fim de evitar uma propagação massiva do coronavírus.

Sobre os 36 novos casos confirmados no domingo, as autoridades sanitárias destacaram que voltaram a ser feitos testes em todos os moradores que estiveram pelo Xinfadi. Epicentro do novo surto, o mercado fechou completamente suas portas no sábado passado.

O reaparecimento do surto no imenso estabelecimento comercial – que ocupa uma área de 112 hectares, e tem mais de 4.000 feirantes e 1.500 trabalhadores – preocupa o governo pela possibilidade de um contágio descontrolado.

As autoridades da capital colocaram à disposição da população 193 centros para testar todas as pessoas vinculadas ao mercado, trabalhadores ou visitantes.

Até o momento foram realizadas 200.000 exames, 76.499 somente no domingo, dos quais 59 deram positivo para o coronavírus, destacou Gao Xiaojun, porta-voz da Comissão Municipal de Saúde.

O surto ocorreu uma semana depois que a capital chinesa reduziu seu nível de emergência sanitária em 6 de junho. Ao disparar os alarmes, as autoridades pediram para que os hospitais realizem testes de ácidos nucleicos e de anticorpos, tomografias computadorizadas e exames de sangue em todos os pacientes que cheguem com febre.

“É muito cedo para avaliar a dimensão desse surto, porque a fonte de infecções permanece desconhecida. O número de casos confirmados nas próximas duas semanas indicará se o surto desencadeia ou não uma segunda onda de infecções na China”, afirmou Wang Wangfa, especialista do Primeiro Hospital da Universidade de Pequim.

Conforme Wang, se o número de novos casos diários continuar a subir na próxima semana, o governo da capital tomará medidas ainda mais fortes para evitar uma disseminação maciça. O importante, avaliou, é que o surto ocorre no momento em que o país já tem experiência em lidar com o vírus.