Vice-ministro de Exterior chinês, Xie Feng, condena tentativa dos EUA de demonizar a China

O vice-ministro do Exterior da China, Xie Feng, afirmou que nos Estados Unidos alguns transformam Pequim em um “inimigo imaginário”. A denúncia ocorreu durante um encontro com a vice-secretária de Estado dos EUA, Wendy Sherman, na cidade portuária de Tianjin, nordeste do país, realizado na segunda-feira (26).

“A esperança pode ser de que, ao demonizar a China, os EUA possam de alguma forma culpar nosso […] país por seus próprios problemas estruturais”, disse Xie a Sherman.

O vice-ministro também assinalou que os EUA são responsáveis por um “impasse” nas relações bilaterais e pediu uma mudança em “sua mentalidade altamente equivocada e política perigosa”. Ele acrescentou que Washington não está em condições para fazer críticas em relação aos direitos humanos e instou a que EUA trate primeiro de suas próprias insuficiências.

Xie observou que, historicamente, os Estados Unidos participaram de um genocídio contra os povos nativos do país e que, no momento atual, perderam 620.000 vidas devido à sua resposta passiva à COVID-19. Internacionalmente, as frequentes ações militares e guerras causadas por mentiras dos EUA causaram catástrofes que o mundo não precisaria suportar. “Como os Estados Unidos podem se apresentar como porta-voz mundial da democracia e dos direitos humanos?”, questionou.

As autoridades chinesas apresentaram uma série de demandas, incluindo o levantamento de sanções a funcionários e restrições de visto a estudantes, bem como o fim da “repressão” contra empresas chinesas, informou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Zhao Lijan.

“Há algumas coisas que vão além das diferenças específicas que são responsabilidade global das grandes potências”, disse Sherman por telefone à agência de notícias AP após o término das negociações. A subsecretária de Estado concluiu, na segunda-feira (26), uma visita de dois dias à cidade do norte da China.

Sherman é a autoridade americana de mais alto escalão a visitar a China desde que o presidente dos EUA, Joe Biden, assumiu o cargo em janeiro. Ela participou de negociações com Xie, responsável pelas relações EUA-China, e com o ministro das Relações Exteriores, Wang Yi.

A visita de Sherman ocorreu após uma reunião contenciosa em Anchorage, Alasca, no início deste ano, onde Wang e o diplomata chinês Yang Jiechi se encontraram com o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, e o conselheiro de segurança nacional Jake Sullivan, e que não apresentou resultados positivos para as relações entre os dois países.

A visita de Sherman está sendo vista como um passo em direção a um eventual encontro entre Biden e o presidente chinês, Xi Jinping, embora autoridades americanas tenham dito que tal encontro não foi discutido em Tianjin nesta segunda-feira.