Pequim condena visita de ministro do Japão ao Santuário Yasukuni
O Ministério da Defesa da China expressou forte oposição à visita do ministro da Defesa do Japão, Nobuo Kishi, ao Santuário Yasukuni, que homenageia 14 criminosos de guerra japoneses de Classe A condenados da Segunda Guerra Mundial, e apresentou representações solenes ao governo japonês.
Wu Qian, porta-voz do Ministério, fez as observações assinalando que a visita realizada na sexta-feira (13) reflete mais uma vez a atitude errada do Japão e a intenção sinistra de desafiar a ordem internacional do pós-guerra.
A China pede que o Japão reflita seriamente sobre sua história de agressão, tenha em mente as lições históricas, corrija seus erros e ganhe a confiança de seus vizinhos asiáticos e da comunidade internacional através de ações concretas, assinalou.
Recentemente o departamento de Defesa japonês tomou ações negativas sobre questões relacionadas à China, disse Wu, acrescentando que conspirou com países fora da região para difamar a política de defesa e o desenvolvimento militar da China, realizou exercícios militares direcionados, interveio na questão de Taiwan, que é um assunto interno da China, e realizou ações provocativas no Mar do Sul do país oriental.
Pequim insta o Japão a abandonar a mentalidade da Guerra Fria e a trabalhar com a China, seguindo o espírito dos quatro documentos políticos entre os dois países e com base no respeito mútuo e não interferência nos assuntos internos um do outro, para promover o desenvolvimento das relações de defesa China-Japão no caminho certo, sublinhou Wu Qian.
Hua Chunying, diretora do Departamento de Informação do Ministério das Relações Exteriores chinês, também se pronunciou em comunicado, afirmando que seu país apresentou representações solenes junto ao lado japonês por meio dos canais diplomáticos em Pequim e Tóquio para registrar forte insatisfação e oposição a essa atitude. E conclamou o Japão a honrar suas declarações e compromissos de enfrentar, refletir e agir com prudência em questões históricas, incluindo o Santuário Yasukuni.
Ela também lembrou que há 76 anos o povo chinês, junto com o resto do mundo, derrotou o fascismo e os agressores militaristas japoneses e conquistou uma grande vitória da luz sobre as trevas e do progresso sobre a reação, e exortou o Ministério japonês a romper com o militarismo e ganhar a confiança de seus vizinhos asiáticos e da comunidade internacional por meio de ações concretas.
Pelo menos 300.000 chineses foram mortos no decorrer de seis semanas por invasores japoneses depois que soldados ocuparam a cidade de Nanjing, na época capital da China, em 13 de dezembro de 1937.
Durante esse período, os soldados do Exército Imperial Japonês assassinaram centenas de milhares de combatentes desarmados e civis chineses desarmados, e perpetraram estupros e saques generalizados. O evento continua a ser um obstáculo nas relações sino-japonesas.
A questão também é importante nas relações japonesas com outras nações do Leste Asiático. O Ministério das Relações Exteriores da Coreia do Sul disse que convocou o subchefe da missão da Embaixada do Japão em Seul para protestar contra a visita de Kishi a Yasukuni, um local que ele descreveu como embelezando “o passado colonial do Japão e a guerra de agressão que homenageia criminosos de guerra”. O Ministério da Defesa de Seul divulgou um comunicado dizendo que a visita de Kishi foi “deplorável” e expressou sua “séria preocupação e pesar”.