A desigualdade na disputa eleitoral também está presente quando o assunto é a distribuição dos recursos aos candidatos e candidatas feita por cada partido. Dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) recém-divulgados mostram que 33% dos postulantes aptos a disputar o pleito deste ano não receberam nenhum valor de sua sigla. O partido com o melhor percentual de distribuição do fundo eleitoral é o PCdoB, que enviou os recursos para 97% dos seus candidatos. 

Além disso, o PCdoB está entre os cinco que repassam esses valores de acordo com a proporção estabelecida pela legislação vigente tanto para as candidaturas de mulheres quanto para as de negros. O levantamento foi disponibilizado pelo portal G1.

Na avaliação da secretária de Organização do PCdoB, Nádia Campeão, esses dados resultam “do esforço empreendido por todo o partido”. O PCdoB, diz, “fez um trabalho de planejamento muito forte em todos os estados para montar uma chapa de candidatos e candidatas que representassem a nossa luta, a nossa política e que pudessem realmente se envolver na campanha de Lula, nas suas próprias campanhas e nas candidaturas ao governo e ao Senado em cada estado. Em função disso, fizemos uma preparação grande, principalmente das candidatas mulheres e incentivamos também a participação de negros e negras no cotidiano da vida partidária, mas também na eleição”. 

De acordo com a dirigente comunista, “colhemos frutos muito bons porque todos os nossos candidatos e candidatas são muito dedicados às campanhas, sabem o que defender, têm propostas a serem apresentadas”. 

Ela acrescentou que as chapas formadas “têm compromisso com as candidaturas a deputado e deputada federal também e foi possível ao partido, através dessas candidaturas, chegar a todas a demais candidaturas e pudesse cumprir as cotas de mulheres e de mulheres e homens negros com muita tranquilidade”. Segundo dados do partido, o PCdoB tem, entre suas candidaturas, 27,52% de mulheres negras e 17,43% de brancas e indígenas. Além disso, os homens negros são 31,19% e os brancos e indígenas são 23,85%. 

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Ainda segundo Nádia Campeão, ao longo de todo o processo eleitoral, “houve uma atuação muito bem feita do Grupo de Trabalho Eleitoral Nacional e em especial dos grupos de apoio da secretaria nacional de Finanças e do nosso departamento jurídico, ou seja, tivemos um grupo de pessoas que se dedicou a tratar das questões relativas ao fundo eleitoral de financiamento das campanhas com muito cuidado e preparação prévia, fazendo com que as diversas cotas chegassem no tempo certo para todos os candidatos e candidatas, para que pudessem organizar suas campanhas”.