Convite da festa de aniversário no Partido no Rio

O PCdoB celebrando os seus 97 anos, e em meio ao festival de besteiras que assola o país – como no Febeapá do saudoso Stanislaw Ponte Preta – toma a liberdade de rir, de rir bem alto, enquanto ainda é possível. O riso é arma do povo, temida pelos poderosos, desde o dia em que alguém no meio da multidão gritou que o Rei estava nu, e a galera caiu na gargalhada. Às vezes, a gente ri pra não chorar. E às vezes- porque não? – é bom rir da gente mesmo…

Temos um presente de luta e um futuro que ao povo pertence. Mas nós, os comunistas, teremos sempre, como dizia Millôr Fernandes, um grande passado pela frente. São e serão sempre comunistas grandes lutadoras, intelectuais, escritoras, artistas, atletas, sambistas, poetas que nos inspiram povos através da história, este “carro alegre, cheio de gente contente, que atropela indiferente, todo aquele que a negue”.

“Um espectro ronda a Europa: o espectro do comunismo”, já diziam Marx e Engels na abertura do Manifesto Comunista de 1848, inspirados em Hamlet, de Shakespeare. E desde então os fantasmas do comunismo, nossos vivos e nossos mortos, são e serão sempre a pedra no sapato da burguesia, o assombro das oligarquias, a insônia dos patrões. “Paz aos barracos, guerra aos palácios”, nos pediu Lênin, que também nos deu a melhor pergunta para momentos tão sombrios como este que vivemos: “O que fazer?”

Os fantasmas do comunismo são Olgas, Astrogildos, Tarsilas, Oswalds, Pagus, Osvaldões, Marighellas, Vianinhas, Fridas e Diegos, Joões e Elzas, Jorges e Zélias.

São comunistas as vitrines de Mayakovski, os cabarés transformados em saraus pelos revolucionários, as peças de Brecht, as canções de Violeta Parra, os poemas de Neruda, as semanas de arte moderna. Em meio a um Pacaembú que era o Brasil inteiro, Prestes leu Neruda, que escrevia sobre Prestes, e sem saber enviava uma mensagem para os dias duros que ora enfrentamos: “Vou dizer-lhe que não guardas ódio. Que só desejas que a tua pátria viva. E que a liberdade cresça no fundo do Brasil como árvore eterna”.

Os comunistas são Aparício Torelly, o Barão de Itararé, que em meio à ditadura do Estado Novo, com prisões, tortura e deportações rolando à solta, pendurou na porta do seu jornal uma placa: “entre sem bater”.

Somos também Marias, Mahins, Marielles, Malês. A Mangueira e o Araguaia. Somos o sonho de Bolívar e o grito forte dos Palmares – Valeu Zumbi, Leci e Martinho da Vila! A primavera dos povos e a pachamama. América Latina e Abya Yala.

Um circo etéreo. Um desfile carnavalesco. Um sarau poético. Un film de Fellini. Enfim, uma festa, afinal como diz a poesia nortista de Thiago de Mello, “Faz escuro, mas eu canto, porque a manhã vai chegar”. Divirtam- se!

Viva o PCdoB!

É com este espírito que lhe convidamos ao aniversário de 97 anos do Partido Comunista do Brasil, que se realizará na próxima sexta-feira (29), às 19 horas, na Fundição Progresso, Lapa.