A direção do PCdoB do Rio de Janeiro realizou, na última segunda-feira (3), sua Plenária Estadual de Mulheres “Lutar é a melhor alternativa” e contou com a presença de mais de 70 mulheres do estado. O encontro foi prestigiado pela presença da secretária nacional da Mulher do PCdoB, Angela Albino.

Coordenada pela secretária estadual da Mulher do PCdoB-RJ, Ana Rocha, também participaram da mesa a deputada estadual, Enfermeira Rejane; Conceição Cassano, simbolizando a incorporação do PPL ao PCdoB; Vanja Andrea, presidenta nacional da União Brasileira de Mulheres (UBM). Além de Natanael Firmino, secretário estadual de Organização do PCdoB-RJ; Marcio Ayer, presidente do Sindicato dos Comerciários, entidade anfitriã da Plenária, além das lideranças Dani Balbi e Tainá de Paula.

Angela Albino situou qual papel das mulheres no novo ciclo, marcado pelo ineditismo de um governo de extrema direita, conservador, e que vem tomando iniciativas contra os direitos das mulheres e suas conquistas emancipatórias. Reforçou , nesse contexto, a necessidade da defesa da democracia, como o ambiente em que as mulheres têm as melhores condições de lutar por seus direitos.

Conclamou as mulheres a ocuparem as ruas e as redes na resistência à perda de direitos, destacadamente contra a Reforma da Previdência. A enfrentarem o desafio coletivo de organizar as Secretarias de Mulheres nos Municípios mais importantes. E, construir condições, desde já, para lançar o maior número possível de mulheres candidatas a prefeitas e vereadoras em 2020.

A deputada estadual do PCdoB, Enfermeira Rejane, chamou atenção para a situação ainda mais difícil para as mulheres do Rio de Janeiro que enfrentam o desgoverno de Witzel, quanto à segurança, com mortes crescentes de populares em tiroteios, do sofrimento das mães que perdem seus filhos, do descaso com a saúde, com os profissionais da área sem receber, e a precariedade dos hospitais. Junta tudo isso com um Prefeito ausente na Capital, só faz decair a qualidade de vida das mulheres fluminenses. Destacou a importância da presença de mais mulheres na política e no parlamento para somar força na resistência.

O secretário de Organização do PCdoB-RJ falou na importância de no processo de realização das Conferência municipais e Estadual não só incorporar mais mulheres na estrutura partidária como aloca-las em tarefas de direção. Da necessária presença das mulheres na greve geral do dia 14, e do papel das mulheres no desafio eleitoral de 2020.

As falas das demais integrantes da mesa, bem como do plenário, somaram-se a essas preocupações, agregando outras, como atentar para o recorte de raça na projeção de mulheres, para incorporar mais o interior nas tarefas de formação e capacitação de lideranças, na recuperação de políticas públicas de gênero e no reforço à solidariedade entre as mulheres e para com elas, no entendimento de que a sobrecarga doméstica, a precarização de suas condições de vida com a crise, apresentam muitos obstáculos a sua participação na luta e no acesso aos espaços de poder político e eleitoral.

Ana Rocha, em sua fala, apontou que hoje as mulheres são provedoras em seus lares, já sendo 45% responsáveis pelas famílias brasileiras (segundo o IBGE), mas continuam cuidadoras, estressadas e estafadas com a sobrecarga de trabalho. “Enfrentam o maior desemprego, e quando acessam o trabalho, na maioria é informal, flexibilizado e de baixa remuneração. A crise precariza suas condições de vida. O fogão a lenha passou a ser usado por um quinto das famílias, devido ao alto custo do gás. Ouvir as mulheres, valorizá-las, criar espaços para sua autonomia econômica, reforçar sua representação nos espaços de poder e decisão, é um caminho para atraí-las para o coletivo partidário, abrindo caminho para sua representação política e parlamentar. Se a elite conservadora quer retirar as mulheres do espaço público, confiná-las ao lar, sobrecarregando-as com os cuidados, visando dificultar sua luta libertária, nosso caminho é inverso. Queremos recolocar seu lugar público, de luta, onde ela quiser. O PCdoB sabe que sem as mulheres não há avanço. Trazer as mulheres para o partido hoje, é um desafio revolucionário e necessário”, concluiu Ana Rocha.

 

A plenária estadual de mulheres do PCdoB indicou ações. Leia a seguir:

1 – Uma campanha de filiação de Mulheres ao PCdoB, em julho e agosto, visando reforçar a participação das mulheres nas conferências partidárias, e ao mesmo tempo, estimular candidaturas mulheres, visando 2020
2 – Implementar uma campanha de finanças para garantir a representação do Rio na Reunião do Fórum Nacional em julho
3 – Realizar o Encontro Estadual sobre Emancipação das Mulheres, recompor o Fórum Estadual. em agosto ou novembro, a depender das resoluções do Fórum Nacional –
4 – Dar visibilidade à participação das mulheres na campanha contra a Reforma da Previdência e em defesa da Educação.
5 – Realizar, em parceria com a Secretaria de Formação, um curso sobre Marxismo e Feminismo
6 – Realizar, pelo menos a cada 3 meses, debate sobre a realidade feminina, por iniciativa do Centro de Estudos e Pesquisa da UBM, em parceria com a Fundação Maurício Grabois.
7 – Promover a maior interação da Secretaria Estadual da Mulher, do Forum Estadual com os mandatos de Jandira e Rejane, no sentido de fortalecer suas ações e dar maior visibilidade de suas conquistas, como importante aporte à corrente emancipacionista e ao feminismo em geral. A ação de Rejane e Jandira só engrandecem a luta das fluminenses e brasileiras, orgulho do PCdoB.
8 – Promover maior interação da ação das comunistas com a juventude, sindicalistas e as mulheres negras, reforçando seu protagonismo na luta.
9 – Estimular a criação de Secretarias da Mulher do PcdoB nos municipios
10 – Efetivar a incorporação das mulheres oriundas do PPL ao PCdoB
11- Reforçar as ações em defesa dos equipamentos das mulheres ainda existentes no estado e sobretudo a ação do CEDIM, que tem tido importante protagonismo em defesa das políticas públicas de gênero. Fortalecer o CODIM, importante conquista das cariocas.
12 – Estimular a ação da UBM no estado, como importante porta-voz da corrente emancipacionista
13 – Sugerir à Secretaria Nacional da Mulher do PCdoB, transformar a revista Presença da Mulher em revista teórica da corrente emancipacionista.

A luta transforma, o feminismo liberta. Juntas somos mais fortes!
Vamos fortalecer nosso PCdoB, socialista e feminista

Por Ana Rocha, secretária estadual da Mulher PCdoB RJ