PCdoB-RJ: Construir um projeto político popular e frear a barbárie
O PCdoB-RJ publicou nesta segunda-feira (7) carta aberta assinada pelo presidente estadual da legenda, João Batista Lemos, e pelo pré-candidato a governador do Rio, Leonardo Giordano. O documento ressalta a “Unidade no Rio” para “construir um projeto político popular, vencer a eleição, frear a barbárie e revigorar a construção da democracia”. Assim, o documento critica as medidas anti-povo e entreguista do governo Temer que concede o patrimônio e as riquezas nacionais para os capital estrangeiro. E ainda descreve os impactos na economia e na esfera social.
Para o PCdoB-RJ, os efeitos dramáticos que acontece contra o povo na esfera nacional são amplificados e ainda mais graves e perversos no Rio de Janeiro.
A carta aberta aponta os efeitos da intervenção militar federal na segurança pública. “com propósitos declaradamente eleitoreiros”. Segundo a nota, tal ato “confirmou a realidade que segue sendo a terrível matança da juventude negra, numa forma de fazer segurança pública ineficaz e desconectada dos direitos humanos, do planejamento, da prevenção e da inteligência. Seguem também sem elucidação os crimes protagonizados por aqueles que são agentes de Estado, como as milícias, em outra nuance da manifestação da barbárie”.
Confira o texto na íntegra:
Construir um projeto político popular, vencer a eleição, frear a barbárie e revigorar a construção da democracia
O governo ilegítimo de Temer assume o papel servil a interesses estrangeiros e de coveiro das conquistas de nosso povo. Quer entregar o patrimônio e as riquezas nacionais através das privatizações e da subserviência ao capital financeiro internacional. Por sua responsabilidade, a crise política e seus desdobramentos econômicos e sociais se agravam aceleradamente, desde o golpe de 2016.
Hoje este projeto leva o país para uma gravíssima crise institucional, com sucessivos desrespeitos à constituição, afrontando garantias fundamentais. Setores do Judiciário, sob o pretexto de luta contra a corrupção, realizam uma prisão política e encarceram Lula, para retirar-lhe o direito de participar de eleições livres. Uma agressão direta à democracia brasileira.
Mais do que nunca é necessário lutar pela liberdade de Lula, pois sua prisão não representa apenas a prisão de um indivíduo, mas sim a tentativa de encarceramento do campo progressista, em especial da esquerda, e de sua forma de conceber a sociedade. A prisão de Lula é uma clara etapa da luta de classes que segue cada vez mais agudizada em nosso país.
Os efeitos dramáticos de tudo que está acontecendo contra o povo na esfera nacional são amplificados e ainda mais graves e perversos aqui no Estado do Rio de Janeiro.
Diante do entreguismo e da destruição dos direitos sociais realizados por Temer, com a pronta colaboração de Pezão, precisamos unir forças. Sem a construção de um projeto político comum que una os partidos, movimentos e lutadores para reconstruir o nosso Estado, o drama atual que vive o povo se potencializará mais ainda.
Os impactos aqui são extraordinariamente trágicos: crise na indústria naval – estaleiros fechados; ataques aos servidores públicos; desmobilização da cadeia produtiva de óleo e gás, com o abandono da política de conteúdo local produzindo o maior desemprego dos últimos anos: ataques à educação pública, com o desmonte da UERJ, UENF e UEZO; tentativa de privatizar a CEDAE; profunda crise na saúde; aumento desesperador da pobreza e o drama da crescente violência urbana, que cotidianamente mata e impede o direito de ir e vir. O Rio passa pela mais grave crise de sua história e a desesperança infla as alternativas fascistas, diante de todas e todos nós.
Esse quadro revela um estado corroído diante da desmoralização do MDB de Temer, dos governos de Cabral e Pezão, núcleo de poder que acabou por objetivar o enriquecimento ilícito e o favorecimento de esquemas totalmente desconectados do interesse público.
A intervenção militar federal na segurança pública, numa síntese da impotência do Governo do estado em aliança ao Governo Federal e com propósitos declaradamente eleitoreiros, confirmou a realidade que segue sendo a terrível matança da juventude negra, numa forma de fazer segurança pública ineficaz e desconectada dos direitos humanos, do planejamento, da prevenção e da inteligência. Seguem também sem elucidação os crimes protagonizados por aqueles que são agentes de Estado, como as milícias, em outra nuance da manifestação da barbárie.
Neste processo de ódio crescente, com índices de violência ainda piores que os anteriores, a institucionalização do extermínio e a barbárie se manifestaram na execução da vereadora Marielle Franco, um dos símbolos da resistência das comunidades frente à negação de direitos.
O PCdoB que, em sua história, já sentiu na carne a dor da perda de militantes honrados, pela força da violência, partilha sinceramente do sofrimento de se ter mais uma lutadora do povo assassinada. Honrar a memória de todas as lideranças políticas e civis inocentes executadas covardemente é assumir o papel histórico de superar o ódio e a violência de Estado o que, para ter consequência na luta que segue diante de todas e de todos, nos impõe, mais do que nunca, a unidade política!
Há muitos anos não existe um projeto popular e de esquerda unificado para o Rio de Janeiro. É urgente apontar para o futuro e o Partido Comunista do Brasil (PCdoB), ciente de sua responsabilidade, dada a gravidade da situação, coloca os interesses do nosso povo à frente dos projetos partidários e individuais. Com esta compreensão apresentamos o nome do companheiro Leonardo Giordano, como pré-candidato ao Governo – uma candidatura ofertada a serviço desta construção ampla.
Em nome da unidade de um projeto político e eleitoral, o PCdoB conclama todos os democratas, os partidos políticos que não respaldam o esse projeto antinacional, antidemocrático e antipopular, em especial o PT, o PSOL, o PDT, o PSB e os movimentos sociais, a lutarmos juntos para construir um projeto político, de salvação do Rio de Janeiro, para ganhar a eleição, frear a barbárie e revigorar a construção da democracia. A unidade das nossas resistências é a palavra de ordem fundamental para o PCdoB. Ousar lutar, ousar vencer!
João Batista Lemos – Presidente Estadual do Partido Comunista do Brasil (PCdoB)
Leonardo Giordano – Pré-candidato do PCdoB ao governo do Rio de Janeiro.