Comunistas debatem comunicação e eleição no contexto da pandemia. Foto: divulgação

O PCdoB realiza, neste sábado (15), um amplo encontro de Comunicação por videoconferência que envolveu quase 300 pessoas de diversas cidades brasileiras. Focado nas eleições de 2020, o evento reuniu, pela manhã, principalmente, dirigentes e profissionais da área de comunicação e pré-candidatos e pré-candidatas do Partido para tratar dos desafios deste ano.

Adalberto Monteiro, secretário nacional de Comunicação, iniciou o Encontro de Comunicação do PCdoB, falando sobre a importância do sistema de comunicação do PCdoB para impulsionar a vitória do projeto eleitoral de 2020 e alavancar o partido na grande batalha que visa a ultrapassar a cláusula de barreira em 2022, bem como disseminar e participar ativamente da luta de ideias, ampliando a influência do PCdoB na construção de outro projeto de país oposto ao que está colocado.

Neste sentido, Adalberto colocou que a luta de ideias tem como núcleo a oposição vigorosa a Bolsonaro, cujo governo tem destruído o país, situação que se agravou com a chegada da pandemia e a inoperância federal em seu enfrentamento, levando o país a ultrapassar a triste marca de mais de 100 mil mortos pela Covid-19.

Neste contexto, a comunicação do PCdoB deve ter como seus principais eixos temáticos a democracia como bandeira emergencial central; a defesa da soberania nacional, dos direitos do povo e da frente ampla; a convergência da esquerda e da união das centrais dos trabalhadores e dos movimentos e o socialismo como alternativa ao capitalismo em crise.

O dirigente também relatou as ações que o PCdoB tem implementado com o objetivo de fortalecer o partido e o sistema de comunicação, tais como a campanha de filiação (encerrada em abril); a ampliação da visibilidade de pré-candidatos no noticiário; as mais de 70 oficinas de capacitação com mais de 3 mil pessoas, entre outras. Iniciativas como o Movimento 65 e Comuns e a campanha Impulsione a Democracia também foram destacadas como importantes ferramentas do partido.

O secretário acrescentou que embora a eleição deste ano seja de âmbito municipal, a temática nacional — a oposição a Bolsonaro e os efeitos da pandemia — estará muito presente no debate. “É preciso responder aos problemas reais do povo, como o desemprego e as questões de saúde”, explicou, fazendo a ligação entre o cenário nacional e as necessidades locais de casa município.

“Derrotar o neofascismo, depois que este chega ao poder pelas urnas, é uma luta longa e o fascismo faz recuos táticos para depois retomar a ofensiva”, enfatizou, apontando a importância de a esquerda em geral e o PCdoB em particular estarem cada vez mais fortes e renovados para enfrentar essa batalha.

Maior ligação com a base

Fábio Torkarski, secretário nacional de Organização, apontou que as eleições deste ano colocam o desafio de enfrentar uma alta dispersão de candidaturas e a tendência à alta abstenção, bem como as dificuldades trazidas pela Covid-19 para se fazer uma campanha presencial. “O olho no olho é fundamental, mas hoje a pandemia nos impede”, colocou. Ele destacou que a convenção eleitoral, que tende a ser realizada de maneira virtual, “deve ser um momento elevado de motivação do partido para reunir os comitês e a base, que é onde se dá a vivência partidária”. Para ele, é essencial valorizar a base e engajá-la no projeto do partido; por isso, é preciso comunicar para fora, mas também para dentro”, ressaltou.

Neide Freitas, secretária nacional de Planejamento e coordenadora do PCdoB Digital, relatou as ações que vêm sendo implementadas para construir relacionamento e engajamento da base de filiados e militantes pelo meio digital, os avanços obtidos no âmbito da formação e organização do banco de dados para melhorar a integração e a comunicação interna e a necessidade de os estados e municípios incentivarem o uso do APP por seus militantes e dirigentes.

Altamiro Borges, secretário nacional de Mídia do PCdoB e presidente do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, abordou o contexto nacional e o cenário da comunicação do campo de esquerda e progressista. “Sentimos o baque em 2016 e 2018 e estamos nos recuperando. Ele alertou para o que chamou de “depressão eleitoral” dos candidatos devido às limitações impostas pela pandemia, situação que desviou a batalha ainda mais para as redes sociais. “Daí necessidade de investir ainda mais na comunicação pela internet e saber utilizar todas as plataformas”, disse, ressaltando o papel do WhatsApp. Miro também destacou a necessidade de se saber equilibrar os temas locais e nacionais.

Carlos Lopes, do jornal Hora do Povo; Marciele Brum, coordenadora de Comunicação PCdoB na Câmara; Gustavo Alves, editor de Redes Sociais do PCdoB; Inácio Carvalho, editor-chefe do Portal Vermelho, e Eliz Brandão,  editora do Portal PCdoB, trataram dessas estruturas de comunicação, seu alcance e estratégias que têm sido usadas para ampliar seu alcance junto à militância e à população como contrapontos às posições hegemônicas na sociedade.

O encontro teve continuidade com mesa de debate sobre as fake news, com as intervenções do deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) e Renata Mielli,  coordenadora geral do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC).

 

Por Priscila Lobregatte

 

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