PCdoB retorna à diretoria do Sindicato dos Condutores de São Paulo
Com 100% das urnas apuradas, a Chapa 1 teve 58,8% dos votos válidos, contra 20,8% da Chapa 3, 19,8% da Chapa 4 e 0,6% da Chapa 2. A votação ocorreu em dois dias (28 e 29 de maio), e o resultado foi divulgado nesta quarta-feira (30/5). Reeleito presidente, Noventa permanecerá à frente do Sindicato até 2023.
O PCdoB indicou dois nomes para a futura direção executiva – José Carlos Negrão (Secretaria de Igualdade Racial) e Israel Aparecido Franco, o Cipó (Secretaria dos Aposentados). Luiz Gonçalves, o Luizinho, também filiado ao Partido e presidente estadual da Nova Central Sindical dos Trabalhadores (NCST-SP), já tinha presença garantida na composição – ele deve representar o Sindicato junto à Federação dos Trabalhadores Rodoviários do Estado de São Paulo (FTTRESP).
“Vamos trabalhar unidos. Além de o companheiro Luizinho ser nosso camarada de partido, as relações na luta sindical são as melhores possíveis. Ele é uma liderança que procura sempre interagir e buscar o consenso”, diz José Carlos Negrão.
Já na base, os comunistas serão representados por dois dirigentes indicados pelo PCdoB: José Aparecido da Silva, o “Zé do Bode” (garagem da Exapandir, no Brás) e José Altaíres de Souza (garagem da Tupi Transportes Urbanos). O Partido ainda terá um delegado sindical (Jorjão, da Tupi).
Orientação partidária
Desde o início do processo eleitoral, a organização de base dos Condutores do PCdoB, presidida por Gregório Poço, contou com o envolvimento direto da direção municipal, sobretudo do secretário Sindical e de Trabalhadores, Vital Nolasco. “Foram inúmeras reuniões com a participação do secretariado municipal, incluindo o presidente do PCdoB São Paulo, Wander Geraldo. Valeu a luta”, avalia Vital.
“A vitória representa mais um passo no acúmulo de forças do Partido no movimento sindical. Tivemos um grande articulador, Zé Carlos Negrão, e um bom comandante político, Gregório Poço, além de um time unido”, agrega o dirigente comunista. Em sua opinião, o próximo desafio é “unificar cada vez mais” as forças presentes na categoria.
Para José Carlos Negrão, o empenho da direção municipal junto à categoria foi decisivo. “Saímos da direção do Sindicato em 2013, mas não saímos da luta”, afirma o sindicalista. “Com a orientação permanente do Partido, fortalecemos o trabalho de base nas garagens, batalhamos por uma política de unidade do movimento e tivemos peso em desafios como as eleições para a Cipa e as campanhas salariais. A volta à direção é fruto desse esforço – uma vitória simbólica do ponto de vista político.”
Prioridades e tarefas
A eleição no Sindicato dos Condutores de São Paulo é considerada a maior do gênero na América Latina. Embora o pleito seja restrito a sócios “devidamente regularizados” do Sindicato, quase 30 mil trabalhadores da categoria foram às urnas neste ano – a Chapa 1, sozinha, teve 15.638 votos. “É uma das máquinas mais importantes e influentes na Cidade”, resume José Carlos Negrão.
O dirigente afirma que um dos desafios da nova gestão é lutar contra a aplicação da reforma trabalhista e os retrocessos da gestão João Doria/Bruno Covas. No ano passado, ainda no cargo do prefeito, Doria ameaçou cortar drasticamente as linhas de ônibus em São Paulo e extinguir o cargo de cobrador – tudo para beneficiar os empresários do setor.
Outra prioridade é intensificar a luta em defesa do CMTC Clube – o tradicional espaço de lazer e recreação da categoria, localizado na Avenida Cruzeiro do Sul, na zona norte. O local é outro alvo da especulação do governo tucano. “O Sindicato vai fazer um convênio com o CMTC Clube. Não podemos prescindir de um patrimônio desse porte, que oferece aos trabalhadores, a preços acessíveis, campos de futebol, piscinas, quadras e churrasqueiras”, finaliza José Carlos Negrão.