O Partido Comunista do Brasil (PCdoB) iniciou nesta quinta-feira (31), o 7º Encontro Nacional de Sindicalistas da legenda, no Hotel Nobile Downtown, em São Paulo-SP. A atividade contou com a exposição do presidente da Fundação Maurício Grabois, Renato Rabelo e do secretário nacional de Movimento Sindical do PCdoB, Nivaldo Santana.

Para Renato Rabelo, o governo ilegítimo de Michel Temer (MDB) impôs uma agenda ultraliberal ao Brasil, que congela investimentos públicos e retira direitos da classe trabalhadora. Em sua visão, a profunda e grave crise política, econômica, social e institucional elevou a rejeição popular a Temer, além de escancarar os limites do projeto golpista. “Nas eleições, eles terão coragem de expor esse programa?”, questionou.

O presidente da Fundação Maurício Grabois falou sobre a dificuldade da direita em lançar uma candidatura presidencial única – o que abre espaço para o crescimento de alternativas como a de Jair Bolsonaro (PSL).“Quando a direita fracassa, surge a extrema direita para fazer demarcação – para propor a ordem e o autoritarismo. É quase uma lei universal.”

Essa indefinição, por si só, não é o suficiente para derrotar os conservadores ou garantir a volta das forças progressistas e democráticas à Presidência. Renato pondera que, se a direita brasileira não tem um candidato de consenso, a esquerda ainda precisa dar mais passos concretos rumo à frente ampla. “É preciso superar as dificuldades de compor, organizar, unir as nossas forças.”

São quatro pré-candidaturas que representam a esquerda: Manuela d’Ávila (PCdoB), Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Ciro Gomes (PDT) e Guilherme Boulos (Psol). De todos esses partidos, diz Renato, até há gestos na direção da unidade. Mas apenas o PCdoB não impõe a cabeça da chapa como pré-condição para avançar na composição.

“Todos elogiam publicamente o PCdoB, mas querem que a gente, de cara, abra mão da candidatura da Manuela”, afirma Renato. “Temos um nome na disputa – aliás, um ótimo nome –, e o objetivo é manter a candidatura. É só em função da unidade – e não de um projeto específico de outro partido – que podemos abrir mão.”

O dirigente completa: “A unidade nunca foi tão necessária, ainda mais em nossa realidade, em que a luta deve ser de salvação nacional. Não é uma questão de verborragia, de retórica. Para o PCdoB, desde João Amazonas, a unidade sempre foi a bandeira da esperança”.

 Nivaldo Santana apresenta o documento-base ao 7º Encontro Nacional Sindical do PCdoB

O secretário do Movimento Sindical do PCdoB falou sobre as medidas impostas pelo governo Temer, depois do impeachment que destituiu a presidenta eleita Dilma Rousseff. Para ele, essas medidas castigam os trabalhadores e lançam mais desafios ao movimento sindical. “É uma etapa de resistência e acumulação de força.” Tendo como principal referência as resoluções do 14º Congresso do PCdoB, realizado em novembro de 2017, o secretário sustentou que o Brasil vive “um novo ciclo político, um novo regime”, pautado por uma agenda “com conteúdo bastante reacionário”.

“Temer está à frente de um governo, essencialmente, ultraliberal, neocolonial e autoritário. Particularmente para os trabalhadores, esse governo tem sido muito perverso”, disse Nivaldo. Entre as medidas recentes estão a PEC do Teto de Gastos Públicos, a lei da “terceirização irrestrita” e, acima de tudo, a reforma trabalhista. O saldo do governo ilegítimo inclui o aumento do desemprego, a precarização das relações de trabalho e a redução da massa salarial real.

A atividade nesta quinta-feira contou com 170 lideranças sindicais e dirigentes partidários, vindo de todas as regiões do Brasil. Nesta sexta-feira (1/6) às 9h, a dirigente Raimunda Gomes explana sobre a estruturação do Partido entre os trabalhadores e em seguida haverá a intervenção de Ricardo Alemão Abreu sobre Política de Organização do PCdoB.

Ainda na sexta, Adilson Araújo, presidente da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) fala sobre “Sustentação do projeto estratégico da central” e Gilda Almeida intervêm sobre o fortalecimento do Centro de Estudos Sindicais.

Às 16h, a pré-candidata do PCdoB à Presidência da República, Manuela d´Ávila participa do ato político do encontro. Acompanha ao vivo pelas redes sociais da Manuela:

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