Faleceu na madrugada desta terça-feira (20) o comunista mineiro Carlos Antônio Melgaço Valadares, 75 anos, médico, militante histórico e dirigente do PCdoB em Belo Horizonte e Minas Gerais.

A presidenta nacional do PCdoB, Luciana Santos, lamentou: “A simplicidade, a solidariedade e a determinação revolucionária foram as marcas do generoso militante comunista Carlos Valadares, que faleceu hoje em Minas Gerais.”

“A nós que temos a missão de continuarmos o caminho trilhado por Carlos em toda sua vida, fica a responsabilidade de honrar seu exemplo e continuar a tarefa de tantas gerações na luta pelo Brasil socialista. Carlos Valadares, presente”, assinalaram, em nota, os comitês do estado e da capital mineira.

O Comitê Estadual da Bahia, estado onde Carlos viveu boa parte da sua vida, na capital, Salvador, também emitiu nota de pesar, na qual destaca: “A militância do PCdoB baiano está consternada com a notícia da morte de Carlos. Conhecido pela simpatia, humanismo e dedicação à luta contra as injustiças, que marcou a sua biografia, ele foi um militante de primeira hora, querido e reconhecido quadro comunista que incalculáveis contribuições deu à construção do partido no estado”.

Leia abaixo as notas dos comitês e assista vídeo sobre a trajetória de Carlos Valadares.

Nos deixou Carlos Valadares, um comunista exemplar

Carlos Antônio Melgaço Valadares vinculou-se à luta revolucionária desde cedo. Nasceu em Sete Lagoas, Minas Gerais. Em 1963, aos 17 anos, começou o curso de Medicina na Universidade Federal de Minas Gerais. Nos anos seguintes combateu a Ditadura com o corpo e a alma. A partir de 31 de julho de 1969, já ao lado de sua então esposa e companheira de luta, Loreta Valadares, a prisão, a tortura, a condenação e o exílio o obrigaram a concluir o curso somente muitos anos depois, na Suécia. De volta, a Universidade Federal da Bahia revalidou seu diploma. Carlos, enfim, pôde exercer a profissão que escolheu. Especializou-se em Medicina do Trabalho.

Desde o início dos anos 1980, Carlos foi dirigente do Partido Comunista do Brasil. Engajou-se na luta sindical, no movimento médico e foi secretário municipal de meio ambiente de Salvador.  Em 2013 recebeu o título de cidadão baiano concedido pela Assembleia Legislativa daquele estado. Tornou-se um militante pela reparação dos crimes cometidos pela Ditadura Militar. Foi membro da Comissão da Verdade em Minas Gerais e contribuiu para a elaboração do rico relatório final da comissão publicado em 2017. Seu depoimento ficará registrado na história da luta do povo brasileiro pela liberdade.

Nos últimos anos dedicou-se ao Partido em Minas e Belo Horizonte. Carlos foi e sempre será um exemplo de dedicação à elevação da formação política, teórica e ideológica dos comunistas. Entre 2017 e 2019 foi secretário municipal de Formação do PCdoB BH.

Carlos faleceu na madrugada dessa terça-feira, 20 de outubro, por conta de complicações pós cirúrgicas. O Partido Comunista do Brasil em Minas e BH se solidariza com toda a família de Carlos. Em especial, sua amada companheira, Gislene e seus irmãos, Paulo, Juarez e Marylene.

A nós que temos a missão de continuarmos o caminho trilhado por Carlos em toda sua vida, fica a responsabilidade de honrar seu exemplo e continuar a tarefa de tantas gerações na luta pelo Brasil socialista.

Carlos Valadares, presente.

Partido Comunista do Brasil

Comitê Estadual de Minas Gerais

Comitê Municipal de Belo Horizonte

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Morre Carlos Valadares, aos 75 anos, em Minas Gerais

É com profundo pesar que o Comitê Estadual do PCdoB informa a morte do médico e militante histórico Carlos Antônio Melgaço Valadares, o nosso Carlos Valadares, ocorrida na madrugada desta terça-feira (20/10), em Belo Horizonte (MG). Carlos tinha 75 anos e teve complicações após passar por uma cirurgia, no último final de semana.

Natural do município mineiro de Sete Lagoas, Carlos Valadares passou boa parte da vida em Salvador, depois que conheceu a primeira esposa, a professora feminista Loreta Valares, no movimento estudantil – ele foi, inclusive, dirigente da UNE. Por conta das mobilizações contra a ditadura civil-militar (1964-1985), o casal foi preso, torturado e exilado na Argentina e na Suécia – neste último país Carlos concluiu o curso de medicina.

De volta ao Brasil, Carlos especializou-se em Medicina do Trabalho e passou a atuar junto a diversos sindicatos baianos e no Polo Industrial de Camaçari na defesa da saúde da classe trabalhadora do estado. Foi um dos responsáveis pela implantação do Centro Estadual de Saúde do Trabalhador, o CESAT, criado em 1988, com sede em Salvador.

A militância do PCdoB baiano está consternada com a notícia da morte de Carlos. Conhecido pela simpatia, humanismo e dedicação à luta contra as injustiças, que marcou a sua biografia, ele foi um militante de primeira hora, querido e reconhecido quadro comunista que incalculáveis contribuições deu à construção do partido no estado.

Em nome do presidente estadual, Davidson Magalhães, o PCdoB da Bahia homenageia a digna e virtuosa trajetória Carlos Valadares, ao tempo em que se solidariza com familiares e amigos por essa irreparável perda. Ele deixa marcas profundas nos corações de todos e todas que acreditam em um fazer político humano, terno, e, ao mesmo tempo, com bravura e firmeza.

Neste momento triste, lembramos de um poema de Loreta Valadares:

“Não te esqueças de mim

minha memória…

a vida que levei

as lutas que ganhei e as sem vitória.

Não te esqueças de meu sonho

a gargalhada e de minh’alma apaixonada

que te fique a lembrança enlouquecida de viver.”

Você é inesquecível, Carlos!

 

Por Priscila Lobregatte