Do PCdoB Rio

A Secretaria estadual de Movimentos Sociais do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) do Rio de Janeiro organizou, no último dia 24, na sede da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil – Rio de Janeiro (CTB RJ), o I Encontro Estadual LGBT do PCdoB-RJ. A atividade reuniu dezenas de militantes na sede da entidade classista para debater a conjuntura na qual está inserida a luta pelos direitos LGBTs e as perspectivas da militância comunista na frente.

A mesa de abertura da atividade foi composta pela Secretária Estadual de Mulheres do PCdoB-RJ, Dilceia Quintela, pelo Presidente da União Nacional LGBT Andrey Lemos, pelo Secretário de Movimentos Sociais do PCdoB RJ José Carlos Madureira, pela Deputada Estadual Enfermeira Rejane e pela Deputada Federal Jandira Feghali. Coube ao Secretário de Movimentos Sociais a coordenação dos trabalhos que se iniciaram com a exposição do Presidente da UNALGBT que fez um balanço político do movimento LGBT na última década e  momento vivido pela população LGBT em meio à conjuntura atual. Em seguida, a camarada Dilceia Quintela que fez um breve histórico da trajetória do PCdoB com relação à luta em defesa da diversidade e livre orientação sexual.

A Deputada Estadual Comunista Enfermeira Rejane apresentou um levantamento da história dos quadros LGBT no partido do Rio de Janeiro mostrando iniciativas e resoluções que apontaram o segmento em conferências municipais e estaduais. A deputada ressaltou a importância de se fazer esse resgate:

“O Partido Comunista do Brasil tem um processo histórico, que a gente muito se orgulha, de anos. E isso inclui a história do movimento da classe trabalhadora, da organização de mulheres, de negros e do movimento LGBT a gente conhecia pouco. Então, a gente foi buscar alguns fragmentos desse processo.”

A deputada Jandira Feghali lembrou que a luta LGBT, e todas as lutas contra opressões, são lutas anticapitalistas e que, portanto, devem fazer parte da pauta dos comunistas. Jandira lembrou que o partido evoluiu bastante nesse debate e afirmou:

“O Partido Comunista é um partido libertador e tem que ter a emancipação como norte. Esse é um debate importante que nós precisamos fazer. Esse não é um debate nem menor e nem secundário.”

O Presidente da UNALGBT Andrey Lemos valorizou o debate de conjuntura da primeira mesa e afirmou que o golpe promovido pela direita conservadora foi contra a classe trabalhadora e contra as minorias:

“Nós reconhecemos que existe um processo político, capitaneado pela mídia golpista e por setores conservadores da sociedade brasileira que culminou no golpe, no impeachment da presidenta Dilma, que foi democraticamente eleita. Esse golpe foi contra as politicas sociais, contra um projeto democrático de governo e sobretudo contra as chamadas minorias: as mulheres, a população negra, a classe trabalhadora e os LGBTs.”

Após a mesa de abertura, os camaradas e as camaradas LGBTs debateram suas experiências de organização e os rumos da luta dos comunistas que atuam na frente. Andrey Lemos, Presidente da UNALGBT lembrou a importância do enfrentamento ao governo golpista e da luta por eleições diretas:

“Nós, enquanto coletivo LGBT do PCdoB Rio de Janeiro compreendemos que, a única maneira de enfrentar esse golpe, essa ruptura democrática e esse projeto conservador e neoliberal é através da soberania popular: é através do Fora Temer e das Diretas Já! Pra isso nós precisamos construir uma Frente Ampla com vária forças populares, com vários movimentos populares.”

Ao fim do encontro foi eleita uma coordenação provisória para o coletivo LGBT do PCdoB-RJ. A coordenação é composta pelos camaradas Marcelo Max, Márcia Bezerra, Marisa Justino, Claudio dos Anjos, Felipe Carvalho e Vinicius Coelho. Essa coordenação irá organizar uma plenária estadual para seguir com os trabalhos de organização do coletivo e para preparar os comunistas e as comunistas LGBT para as lutas que estão por vir.

O Secretário de Movimentos Sociais do PCdoB RJ, José Carlos Madureira considerou o encontro muito importante e afirmou que o encontro fortalece a luta pelo socialismo:

“Lutar contra qualquer tipo de opressão é uma luta contra o capitalismo, que constrói uma sociedade opressora. Movimentos Sociais que lutam contra opressão ajudam na construção de uma sociedade justa e livre, uma sociedade socialista. O encontro LGBT do partido fortalece essa frente entendendo, nitidamente, que a bandeira LGBT é uma bandeira anticapitalista e de defesa do socialismo”.

O Presidente da UNA LGBT também avaliou o encontro de forma positiva e valorizou as deliberações feitas pelos camaradas e pelas camaradas presentes:

“O encontro deliberou luta permanente contra os retrocessos que estão em curso no país como as reformas golpistas, apoio a classe trabalhadora e a unidade das forças populares, por nenhum direito a menos pelo restabelecimento da democracia no Brasil, pois sem democracia o país continuará se afundando em desigualdades, violência e miserabilidade.”