O PCdoB-BA lançou a plataforma eleitoral “Juntas na Construção de Cidades Democráticas e Sustentáveis”, destinada às mulheres candidatas nas eleições municipais de 2024.

A plataforma eleitoral propõe, de forma colaborativa, políticas que atendam às necessidades das mulheres no espaço urbano, organizadas em sete eixos: Direito à Cidade, Saúde, Educação, Trabalho, Emprego e Renda, Cultura, Meio Ambiente e Crise Climática, Segurança Pública e Direitos Humanos, todas com foco na igualdade de gênero, tendo como pauta central a luta por uma política nacional de cuidados.

“Esta plataforma não apenas orienta os programas de governo, mas também fortalece as bandeiras de candidatos e candidatas que se empenham na luta emancipacionista. Vamos transformar nossas cidades em lugares onde as mulheres exerçam plenamente seus direitos e contribuam para um futuro melhor”, diz trecho da apresentação da cartilha.

Para Danielle Costa, secretária nacional da Mulher do PCdoB e vice-presidenta do PCdoB-BA, “a luta feminista é permanente atravessando diversas gerações que defendem uma sociedade livre de todas as formas de opressões promovidas pelo sistema capitalista. Esperançar é nosso desafio, e é fundamental ter uma plataforma eleitoral por cidades democráticas e inclusivas para todas as mulheres em sua diversidade.”

Na apresentação do documento, são citados números alarmantes. Mesmo sendo as mulheres a grande maioria do eleitorado no Brasil, a representação feminina na política ainda é extremamente baixa. Dos 5.570 municípios brasileiros, somente 641 têm prefeitas e apenas 45 cidades brasileira têm maioria de vereadoras nas câmaras municipais. Reportagem publicada pela Folha de S.Paulo nesta segunda-feira (13) aponta que dos 3.557 municípios brasileiros, o equivalente a 64% do total, não tiveram nenhuma prefeita eleita desde o ano 2000.

Em 20 anos, em 28 cidades do país, não houve vereadora escolhida pelo voto direto e, em 24 delas, nem prefeitas nem vereadoras, mostra análise do jornal paulista com base nos dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).“É urgente efetivar a participação social das mulheres, incorporando rostos, corpos e experiências diversas e representativas”, aponta a plataforma.

A cartilha tem 40 páginas e está disponível em PDF, formato digital. Nela, a organização informa ainda que a cartilha está em permanente construção e que neste sentido, foi criado um espaço colaborativo no Padlet, “onde todas as pessoas podem contribuir ativamente e sugerir propostas, levantar temas importantes, e compartilhar exemplos de boas práticas em suas cidades são ações que ajudarão a enriquecer e fortalecer nossa agenda”.