O Partido Comunista do Brasil prestou homenagem póstuma ao jurista francês Mrs. Louis Joinet, falecido, aos 85 anos, no dia 22 de setembro. Joinet foi especialista independente da ONU na Subcomissão de Direitos Humanos durante 33 anos e um dos fundadores, em 1968, do Sindicato da Magistratura da França. Atuou contra a impunidade dos crimes de guerra, prisões arbitrárias e o desaparecimento de perseguidos políticos.
 

Em nota assinada por sua Presidenta, Luciana Santos, e pelo Secretário de Relações Internacionais, Walter Sorrentino, o PCdoB registra a trajetória de Joinet que fez dele um respeitado defensor do estado de direito e dos refugiados e perseguidos, entre eles brasileiros que viveram na França durante o regime militar. Na opinião dos comunistas, a morte do “eminente advogado, lutador consequente durante toda sua vida da elevada perspectiva pelo avanço civilizatório” deixa um grande vazio.

Leia abaixo a íntegra da nota do PCdoB

Louis Joinet devotado lutador pela justiça.

Faleceu em Paris, dia 22 de setembro, o magistrado francês Mrs. Louis Joinet. A solenidade de cremação será no histórico cemitério de Père Lachaise, no próximo dia 30 de setembro. Ele é o fundador do Sindicato da Magistratura Francesa, um dos redatores da Convenção Internacional para a proteção de todas as Pessoas contra os Desaparecimentos Forçados, das Nações Unidas, e autor, em 1997, dos princípios do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos. Assumiu o cargo de Procurador Geral da República Francesa. Se empenhou pela organização na França de colóquios sobre a justiça e os desaparecidos na América do Sul, no período das ditaduras militares, nesse subcontinente.

No Brasil os que viveram o longo período da Ditadura Militar sabem e reconhecem em Mrs Joinet um destacado defensor dos refugiados e perseguidos brasileiros, que viveram na França nesse período dramático da nossa história. Com esse intuito, Louis Joinet assume a presidência do Comitê França-Brasil, numa demonstração de exemplar solidariedade aos brasileiros. Ele ajudou para formar e coordenar o Tribunal Bertrand Russel destinado para o julgamento dos crimes das ditaduras na América Latina. Em sua própria residência em Paris foram muitos os refugiados latino-americanos recebidos por ele.

Esse jurista distinguido defensor do Estado de direito, se destaca incansavelmente por justiça aos perseguidos políticos, aos desaparecidos forçados, aos torturados, desde a luta heroica dos argelinos, contra a colonização francesas, passando pelo Haiti, Chile, Uruguai, Argentina, Brasil. Mrs. Joinet defendeu inúmeros brasileiros ameaçados pelo terror ditatorial, inclusive muitos militantes do Partido Comunista do Brasil e dirigentes como Diógenes Arruda e Renato Rabelo exilados na França.

Personalidade da estatura de Joinet deixa grande vazio na situação atual quando a exigência da luta pela Democracia e pela defesa do Estado democrático de direito são exigências candentes de nossa época.

O PCdoB consequente com sua trajetória de luta pela democracia e pela liberdade política, reconhece em Louis Joinet legitimo defensor dos direitos humanos, presta sua homenagem póstuma a esse eminente advogado, lutador consequente durante toda sua vida da elevada perspectiva pelo avanço civilizatório.

Luciana Santos
Presidente do Partido Comunista do Brasil

Walter Sorrentino
Secretário de Relações Internacionais