O 15º Congresso Nacional do PCdoB, iniciado na sexta-feira (15) e encerrado neste domingo (17), fez história, ao eleger o primeiro indígena para compor o novo Comitê Central do Partido. O escolhido foi Cacique Aruã, da Bahia, dirigente partidário estadual e uma das mais importantes lideranças indígenas do estado.

Segundo Aruã, a decisão tem uma grande importância para os povos originários, principalmente por ocorrer em um momento de retrocessos para a política indigenista, com o governo Bolsonaro. “Devemos ter voz na estrutura partidária, para promover os povos indígenas como protagonistas da sua própria história na política”, afirmou.

Em seu pronunciamento durante a plenária nacional do 15º Congresso, o Cacique Aruã destacou a importância das lutas do povos indígenas e sugeriu a criação, pelo PCdoB, de um organismo específico para tratar o tema. A ideia será analisada pela nova direção eleita, mas sua eleição já é um sinal de acolhimento da relevância do tema pelos comunistas.

Cacique Aruã é pertencente ao povo Pataxó, da comunidade Coroa Vermelha, localizada no município de Santa Cruz Cabrália, no território Costa do Descobrimento da Bahia. Ele já foi vereador do município, eleito em 2012 e considerado um dos mais atuantes da história local.

Aruã também foi o primeiro indígena a disputar uma vaga na Assembleia Legislativa do Estado (AL-BA), em 2014 e 2018. Embora não tenha sido eleito, conseguiu uma votação expressiva, nos dois pleitos, não só em sua região, mas em diversos outros municípios da Bahia.

A presença de indígenas no PCdoB baiano é constante. Além de eleger três vereadores indígenas no ano passado, o Comitê Estadual do PCdoB ainda aprovou a criação de uma Secretaria de Assuntos Indígenas, para tratar especificamente das demandas desta frente.

Por Erikson Walla

Fonte: PCdoB-BA