PCdoB de Minas presta homenagem a Osvaldão em aniversário de morte
Neste sábado (4), o comitê estadual do PCdoB em Minas Gerais homenageou, em suas redes sociais, o grande líder da Guerrilha do Araguaia, Osvaldão, morto em 04 de fevereiro de 1974, aos 35 anos, pelas forças militares da ditatura.
Osvaldão nasceu em 27 de abril de 1938 e é uma das grandes figuras da história brasileira. O legado deixado por Osvaldo Orlando da Costa é inestimável, embora sua trajetória seja ainda pouco conhecida. Negro, vindo de uma família humilde de Passa Quatro, no sul de Minas Gerais, era o caçula de oito irmãos. Foi boxeador e tenente do Exército. Do pai, o padeiro José Orlando, Osvaldo herdou a coragem na vida, a dedicação no estudo e a nobreza no coração.
Leia a publicação na íntegra:
A luta
Aos 20 anos foi para o Rio de Janeiro estudar na Escola Técnica Nacional e lá começou sua militância. Entrou para o movimento estudantil em 1958 e se filiou ao Partido Comunista do Brasil. Em 1960 foi convidado para estudar engenharia em Praga, antiga Tchecoslováquia. E lá se especializou em mineração.
O homem
Em 1966 Osvaldão volta ao Brasil e vai para o Araguaia, no Pará. Na comunidade estabeleceu laços de amizade e confiança. A relação com os ribeirinhos era tão estreita que eles o tinham como um membro da família e não como alguém de fora.
No final da década de 60, início de 70, começam os trabalhos na guerrilha. Como conhecia bem o local, era Osvaldão quem orientava e guiava os novos integrantes. Nas terras do Araguaia, ele mapeava e encontrava regiões de mineração. Extraiu pedras preciosas que ajudavam a financiar os custos com a guerrilha. Militantes e moradores da região afirmam que Osvaldão foi o primeiro a explorar o local que mais tarde ficou conhecido como Serra Pelada.
O mito
Com mais de 2 metros de altura, porte de atleta e uma pontaria implacável, Osvaldão era literalmente uma barreira contra o ataque do Exército à guerrilha. Nos vilarejos do Araguaia, ainda hoje, correm as histórias sobre o negro, que ele era um ser mítico. Os ribeirinhos contam que ele era capaz de se transformar em pedra, árvore, vento, e de se tornar invisível.
O comandante era temido pelos soldados e generais do Exército. Documentos da Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos Políticos relatam que soldados tremiam e desmaiavam quando ouviam o nome do guerrilheiro. Alguns o chamavam de “O gigante invencível”. Pela importância política e simbólica, capturar Osvaldão significava o fim da guerrilha no Araguaia. Inúmeras foram as investidas do Exército contra ele.
Os generais descobriram que Osvaldo teve um filho com uma ribeirinha. O garoto, que se chamava Geovani, tinha 4 anos de idade quando foi sequestrado pelos militares e desde então desapareceu. A mãe do menino, Maria Viana ou Maria Castanheira – como era conhecida na região, infartou e faleceu uma semana após o sequestro da criança.
Depois de inúmeras investidas, em 04 de fevereiro de 1974, dois anos após o início das caçadas do exército, um mateiro – que havia sido cooptado pelos militares – atira e mata o comandante da Guerrilha do Araguaia. O corpo de Osvaldo foi exposto nos vilarejos da região. Os moradores relatam que durante todo o dia um helicóptero sobrevoou o Araguaia içando seu corpo, para exibir a derrocada do guerrilheiro. Mas, na memória de militantes e ribeirinhos, Osvaldão segue imortal.
Nos vilarejos do Araguaia, ainda hoje, correm as histórias que Osvaldão era capaz de se transformar em pedra, árvore, vento, e de se tornar invisível’.
Homenagem do Comitê Estadual do Partido Comunista do Brasil, de seu estado natal, a nosso guerrilheiro Osvaldão.
EM 04…
Publicado por PCdoB Minas Gerais em Sábado, 6 de fevereiro de 2021
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(BL)