PCdoB-BA promove debate e oficinas sobre comunicação nas redes
O PCdoB da Bahia promoveu, nesse sábado (21), seu Encontro de Comunicação. O encontro virtual aconteceu por meio da plataforma Zoom e teve como tema as “Eleições 2022: Fake News e novas estratégias de comunicação”. O evento reuniu mais de 100 pessoas e foi dividido em duas partes: o primeiro com um debate, pela manhã, e o segundo com oficinas, às 14 horas.
O debate contou com os convidados Altamiro Borges, jornalista, escritor e blogueiro, e Adão Albuquerque, professor, comunicador e influenciador digital. A conversa foi mediada por Nágila Maria, secretária de Comunicação do Partido Comunista na Bahia, que logo sinalizou sobre a importância do evento e a necessidade de construir espaços de formação e reflexões acerca da comunicação para a militância, a fim de criar uma rede cada vez maior e potente de influenciadores e influenciadoras digitais.
Em seguida, com a palavra, Davidson Magalhães, presidente do PCdoB-BA, falou que é essencial se apoderar do uso das redes sociais para melhor promover uma estratégia de comunicação política que seja atualizada aos novos tempos. “A percepção de se apropriar dos instrumentos de comunicação é fundamental, sem ela, não adianta ter boas ideias. Viemos aqui para transformar, criar mecanismos para fazer enfrentamento na luta das ideias […]. As redes são um espaço de debate, para construir essa realidade”, pontuou Davidson Magalhães.
O debatedor Altamiro Borges (Miro), que, na ocasião do encontro, substituiu a jornalista Renata Mielli, por questões de saúde, chamou atenção para o fato de que não está nada definido sobre as eleições de 2022, sendo necessário tomar cuidado e trabalhar para eleger a esquerda. “Vai ser uma eleição muito violenta. Quem permitiu a prisão de Lula, quem permitiu que Bolsonaro fosse eleito, não vai deixar [isso acontecer de maneira] fácil. Bolsonaro vai usar todas as suas armas, não só as Fake News”, afirmou.
Miro ressaltou que a internet deixou de ser um espaço da liberdade para ser o do dinheiro, e que o governo Bolsonaro está com uma melhor condição na área da comunicação, a exemplo do uso das redes sociais, como já é sabido desde 2018, e, agora, neste ano eleitoral, do maior tempo de propaganda na televisão e no rádio. Diante disso, o jornalista reforçou: “melhoramos [a esquerda na utilização das novas tecnologias], mas ainda temos desvantagens. O problema não é só do digital, precisamos discutir a linguagem, a nossa ainda é analógica”, comunicou.
O debatedor contribuiu ainda ao enfatizar sobre a importância da articulação entre as ruas e as redes. “A comunicação não decide eleição, é a política, mas é cada vez mais decisiva”, declarou, ao se referir que esse é o momento de apostar também na atuação nas ruas. Por fim, Miro apontou três temas que o PCdoB-BA deve explorar ao máximo nas campanhas: da economia, da corrupção e da pandemia, que o governo Bolsonaro tratou de forma negligente, como tantas outras questões problemáticas no Brasil.
O convidado Adão Albuquerque afirmou que já faz tempo que a esquerda percebeu a fragilidade quanto ao uso das redes sociais na construção política, mas que não conseguiu se organizar quanto a isso. “Se você sabe usar a comunicação, você sabe usar essas ferramentas. Nós, da esquerda, sempre fomos comunicadores, articuladores, só não estamos sabendo usar a técnicas, a tecnologia das redes”, resguardou. O comunicador contou um pouco sobre a sua estratégia pessoal de interação nas redes, que envolve autenticidade, para apontar um caminho possível de um engajamento maior da esquerda com os seguidores. “Viva a internet e a possibilidade de mudar o mundo com ela”, defendeu Adão Albuquerque.
Na parte da tarde, a partir das 14 horas, o encontro de comunicação promoveu as oficinas de “Organização de Trabalho”, realizada pelo jornalista e Comunicador Organizacional Paulo Mesquita, “Ações de Engajamento”, elaborada pelo jornalista Bruno Trezena, e “Whatsapp e Telegram”, apresentada pela jornalista e doutoranda em Comunicação pela Universidad Pompeu Fabra (UPF) Maria Carolina Lopes.
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Fonte: PCdoB da Bahia