A Secretaria de Combate ao Racismo do Comitê Estadual do PCdoB na Bahia decidiu criar uma rede de articulação para a formação, mobilização e organização dos quadros da luta antirracista no estado. Entre os objetivos imediatos está fortalecer as pré-candidaturas de negras e negros nas cidades da Bahia.

O iniciativa foi acertada na última segunda-feira (11), por videoconferência.  A rede liderada pelo secretário estadual Alex Reis vai promover encontros virtuais para a definição de ações, metas, prazos e monitoramento. Uma lista de pré-candidaturas negras e indígenas em importantes municípios baianos já foi elaborada para que o grupo possa acompanhar e oferecer apoio.

Na lista estão Salvador, com a pré-candidatura a prefeita de Olívia Santana, e outros 20 municípios: Lauro de Freitas, Candeias, Simões Filho, Itaparica, Valença, Ituberá, Taperoá, Aratuípe, Santo Amaro, Cruz das Almas, Santo Antônio de Jesus, Maragogipe, São Francisco do Conde, Alagoinhas, Itabuna, Porto Seguro, Santa Cruz Cabrália, Prado, Vitória da Conquista e Santaluz.

O encontro contou com a participação do presidente estadual do Partido, Davidson Magalhães, e da secretária nacional de Combate ao Racismo, Olívia Santana. Os dois dirigentes reforçaram o pedido para que os militantes e dirigentes da luta antirracista busquem maior interação e sinergia para garantir o maior número possível de candidaturas eleitas no próximo pleito.

Coronavírus

A videoconferência da Secretaria Estadual de Combate ao Racismo do PCdoB-BA ainda serviu para um debate sobre os efeitos sociais causados pelo coronavírus. A orientação foi de que os dirigentes e militantes da luta antirracista devem envidar esforços para prestar apoio às comunidades tradicionais e povos originários, moradores de áreas mais pobres e em situação de maior vulnerabilidade, em razão da pandemia.

Olívia defendeu, inclusive, que a militância e organizações antirracistas devem fazer campanha para que o auxílio emergencial seja pago pela Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Banco do Nordeste e instituições privadas, de modo a acabar com as “vergonhosas e humilhantes” filas para o recebimento do benefício. Para ela, neste momento, é crucial prestar solidariedade aos segmentos desassistidos e os sensibilizar para que haja maior adesão ao isolamento social.

Além disso, as 60 lideranças participantes da reunião também sinalizaram a importância de aumentar a vigilância, alerta e denúncia de casos de violação de direitos, invasão dos territórios e terras, racismo e opressões correlatas, principalmente os assassinatos das lideranças indígenas e negras nesse período que teve um aumento exponencial de casos.

Os militantes da luta antirracista ainda fizeram críticas às ações do governo Bolsonaro no combate à Covid-19. Sobre isso, Davidson Magalhães defendeu que a tarefa primordial é ampliar forças em prol da democracia e do desenvolvimento nacional, e destacou o papel na militância negra e indígena para o impulsionamento da frente de salvação nacional e “combate tenaz ao governo antidemocrático e promotor do caos”.