PCdoB aciona PGR para apurar compra de votos na reforma da previdência
Representação do PCdoB, com PT e Psol, à Procuradoria-geral da República (PGR) solicita investigação do presidente Jair Bolsonaro, do ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni e da deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) por supostamente terem promovido a compra de votos de deputados para aprovar a reforma da Previdência.
O caso já havia sido alvo de denúncias. Mas nesta semana, em mensagem de áudio enviada a Marcos Palermo, Secretário de Saúde de São Carlos (interior de SP), Zambelli admite que só enviou verbas ao município por ter votado favoravelmente à reforma da Previdência.
“Infelizmente, o deputado no primeiro mandato não tem verba. É meu primeiro ano de mandato. Só consegui essa verba e indiquei mais R$ 5 milhões para a saúde do estado porque houve uma verba suplementar por conta da reforma da Previdência. Então, todos os deputados que votaram a favor da reforma da Previdência tiveram alguma verba que poderiam tirar de alguns ministérios para poder mandar para alguma cidade”, diz o áudio da deputada bolsonarista.
Para os partidos, a mensagem é importante evidência de que o governo federal criou um balcão de negócios para trocar emendas por votos na aprovação do projeto – cerca de R$ 1,13 bilhão foram liberados.
Lorenzoni, que foi o responsável pela intermediação dos acordos do Planalto com o Parlamento durante as negociações para a aprovação da reforma.
O texto da representação reitera que “é papel do Ministério Público investigar e representar os interesses indisponíveis da população e defender a Democracia, a Constituição e o devido processo legal” e solicita à PGR que, “verificadas as ilegalidades no descumprimento dos ditames legais/constitucionais, que sejam tomadas as providências administrativas, civis ou penais cabíveis”.