O Partido tem diante de si o desafio de multiplicar a iniciativa militante consciente, criativa e organizada nas mais diversas frentes de atuação, que conformam a possibilidade de novos acúmulos e renovada robustez: as trincheiras da luta de ideias, dos movimentos sociais e da presença em governos democráticos e no parlamento.

Partidos políticos são indispensáveis ao processo de amadurecimento da sociedade, cuja essência está na consciência da sobrevivência e do progresso da nação nas circunstâncias concretas do mundo em que vivemos.

Seja mediante concepções conservadoras, seja numa visão de transformação e progresso. Mesmo num país como nosso, cuja tradição sempre foi de partidos conjunturais e excessivamente marcados por interesses e pressões de grupos regionais.

Longevo e persistente tem sido o Partido Comunista do Brasil, que neste 25 de março inteira 101 anos de existência e atividade ininterrupta. Com uma marca que se sobressai dentre seus congêneres que ainda não alcançaram o poder mundo afora: a atualidade criadora do seu pensamento político programático e tático, que se renova. 

Essa marca certamente está na essência da continuidade do partido sob condições extremamente adversas — como na atual quadra em que no mundo e no Brasil se acentua forte onda conservadora, tendo no anticomunismo uma de suas mais virulentas vertentes. 

O Programa Socialista para o Brasil — documento síntese dos objetivos estratégicos e atuais do PCdoB — obviamente há que ser parcialmente atualizado para dar conta de elementos novos da realidade em constante mutação. Mas a sua essência é atual e o diferencia no espectro partidário brasileiro.  

Tanto que, a despeito de atuarem os comunistas no Brasil, como o mundo afora, em ambiente de defensiva estratégica, que não lhes permite vislumbrar em curto e médio prazos a hegemonia no poder central do país, tem sido o PCdoB uma corrente política em certa medida decisiva na construção das soluções táticas possíveis, a exemplo da frente ampla vitoriosa no último pleito e que ora governa o país. 

Celebrando mais um ano de lutas, o Partido tem diante de si o desafio de multiplicar a iniciativa militante consciente, criativa e organizada nas mais diversas frentes de atuação, que conformam a possibilidade de novos acúmulos e renovada robustez: as trincheiras da luta de ideias, dos movimentos sociais e da presença em governos democráticos e no parlamento.

Sempre ostentando a sua cor, seu símbolo, seu propósito programático e seu caráter de classe, agora mais do que nunca em linguagem própria do tempo presente e do jeito de ser do povo brasileiro.

É o que o nível atual da luta exige do mais brasileiro de todos os partidos presentes na cena política.

Luciano Siqueira é médico, membro do Comitê Central do PCdoB e secretário nacional de Relações Institucionais, Gestão e Políticas Públicas do partido, foi deputado estadual em Pernambuco e vice-prefeito do Recife.