O Partido Comunista do Brasil (PCdoB) chega ao centésimo primeiro aniversário mais uma vez no centro de um vigoroso e amplo movimento social e político que poderá proporcionar conquistas valiosas para o Brasil e à classe trabalhadora.

 O PCdoB vem das comemorações vitoriosas de seu centenário, realizadas no decorrer do ano passado, quando foi saudado pelo campo democrático e progressista como uma legenda indispensável à democracia e ao país. O centenário evidenciou o legado dos comunistas à construção soberana do Brasil e à luta pelos direitos dos/as trabalhadores/as e sublinhou a atualidade e a força mobilizadora de seu Programa expresso na síntese: Fortalecer o Brasil, lutar pelo socialismo.

Os comunistas estiveram na linha de frente do grande confronto que resultou na derrota da extrema-direita e na vitória da chapa Lula presidente, Alckmin vice. A tática de frente ampla para vencer as eleições e governar, originalmente proposta pelo PCdoB, foi decisiva. Diante do perigo que pairava sobre o país, com ameaças golpistas constantes pelo bolsonarismo, a formação de um amplo e unitário processo político fez a correlação de forças tornar-se favorável à vitória de Lula, coroando uma histórica e das mais renhidas lutas em defesa da democracia, do país e do povo brasileiro.

Essa ampla composição é decisiva, também, para os êxitos do governo. O PCdoB, que conta com sua presidente, Luciana Santos, à frente do estratégico Ministério da Ciência Tecnologia e Inovação (MCTI), atuará para que o governo Lula cumpra sua missão e seu programa de reconstruir o país. E, seguindo sua plataforma programática, lutará pela realização de um Novo Projeto Nacional de Desenvolvimento. Gestores de alta qualificação, membros do Partido, também exercem responsabilidades importantes no MCTI e em outros ministérios. Nos estados em que os governadores tiveram nosso apoio, lideranças comunistas foram convidadas a exercer responsabilidade na gestão pública.

O PCdoB sublinha que a dinâmica do governo se dará sob intensa luta política e de massas, densa luta de ideias e guerra cultural. Grandes grupos econômicos e financeiros, a extrema-direita e o imperialismo seguirão atuando para tentar aprisionar o governo nas amarras do neoliberalismo. Um quadro que exige constante atenção à frente ampla, com a prática da unidade e luta, e intensa mobilização do povo.

Faz-se necessário, também, enfrentar a guerra cultural empreendida pelo neofascismo, desenvolvendo instrumentos e meios para luta de ideias, de valores, de debate político e ideológico.

Para o PCdoB, a reconstrução nacional implica a retomada de um Novo Projeto Nacional de Desenvolvimento. Essa convicção decorre do seu pensamento tático e estratégico, o caminho da luta pelo socialismo, conforme consta de seu Programa.

O PCdoB chega ao seu centésimo primeiro aniversário convicto de que o cenário mundial impõe a luta por alternativas ao capitalismo em crise. Além dos persistentes e graves efeitos da crise econômica global, a insegurança internacional, provocada pela belicista política dos Estados Unidos e seus aliados, é uma ameaça real de acirramento das guerras, do aumento das desigualdades e de mais exploração sobre a classe trabalhadora. O confronto bélico na Ucrânia que impõe a luta pela paz decorre dessa escalada patrocinada pela Organização do Atlântico Norte (Otan), o braço armado do imperialismo.

Porém, a par desse cenário de ameaças que deriva, em grande medida, da tentativa do imperialismo estadunidense de adiar ou reverter o declínio relativo de sua hegemonia, se reforça a possibilidade de os países fora do centro capitalista lutarem pelo desenvolvimento soberano. Segue a crescer, neste ambiente, o protagonismo da China socialista como potência com papel relevante na economia mundial, imprimindo uma dinâmica de crescimento que favorece os demais países em desenvolvimento.

As comemorações de 101 anos do PCdoB são parte de um movimento em marcha que a nossa legenda empreende para se revitalizar, se fortalecer nas suas múltiplas dimensões, para que esteja cada vez mais à altura das exigências da luta de classes na contemporaneidade.

Buscamos mais e novos vínculos com a luta do povo, a força germinal das mudanças e transformações; elevar de modo crescente na sociedade através da comunicação, sobretudo digital, a influência das ideias avançadas, progressistas, valores da solidariedade e do humanismo em contraposição ao discurso de ódio, racismo, misoginia, LGBTfobia e de destruição do meio ambiente do neofascismo bolsonarista; e, no curso, das batalhas para que o governo Lula reconstrua e transforme o Brasil, prosseguir a construção de um PCdoB cada vez maior, mais estruturado e influente.

Convidamos você que “é capaz de tremer de indignação perante cada injustiça que acontece no mundo” a se juntar a nós e nos honrar com a filiação ao PCdoB. Venha fazer parte desse coletivo militante aguerrido que atua tendo como bússola o Programa Socialista, por isto tem uma prática revolucionária, solidária e transformadora.

Brasília, 10 de março de 2023

Luciana Santos – Presidente do Partido Comunista do Brasil-PCdoB