"Foi estabelecido um sistema industrial independente, um referencial econômico nacional", destacou o Plenário do CC

A China se prepara para avançar à ‘segunda meta do Centenário’, a construção de um país socialista moderno, próspero e de cultura elevada, até à metade do século, como expressão do rejuvenescimento nacional chinês, é a convocação feita pela histórica sessão plenária do 19º Comitê Central do Partido Comunista da China (PCCh), que se realizou de 8 a 11 de novembro, sob a liderança do secretário-geral e presidente do país, Xi Jinping. O encontro é o primeiro realizado após a comemoração dos 100 anos de fundação do partido, em julho. O PCCh também anunciou a convocação do 20º Congresso para 2022.

O pleno também aprovou uma resolução sobre a história e trajetória do partido, que complementa as realizadas em 1945, sob a liderança de Mao – e que precedeu a fundação da República Popular da China e vitória da revolução -, e em 1981, sob orientação de Deng Xiaoping, que colocou o desenvolvimento e superação da pobreza no centro do trabalho do partido, com a política de reforma e abertura, e preparou a China para o turbilhão da virada dos anos 1980/90 em que o bloco socialista mundial entrou em colapso.

Como Xi assinalou no seu discurso dos 100 anos do PCCh em 1º de julho, “olhando para trás no caminho que percorremos e para a frente, para a jornada adiante, é certo que com a firme liderança do partido e a grande unidade do povo chinês de todos os grupos étnicos, nós atingiremos o objetivo de construir um grande país socialista moderno em todos os aspectos e completar o sonho chinês do rejuvenescimento nacional”.

O sonho chinês – como tem dito Xi – é também um sonho sobre “paz, desenvolvimento, cooperação e resultados ganha-ganha”, que tem ecoado no mundo inteiro, que busca por “paz duradoura e prosperidade comum”. São – ele enfatiza – dois sonhos que podem ser buscados juntos, quando se tem “um partido com um laço indissolúvel com o povo”, e cuja filosofia de governo e de democracia tem “o povo como centro”.

1945/1981/2021

Antes da declaração emitida pelo pleno, a mídia da China havia chamado a atenção para a discussão no Comitê Central e para a “terceira resolução histórica” em 100 anos de existência do partido.

Nos últimos nove anos, “Xi liderou o país na conclusão da primeira etapa (a realização de uma sociedade moderadamente próspera) e presidiu a concepção da segunda etapa deste plano histórico”, registrou a agência de notícias Xinhua no artigo intitulado “Xi Jinping, o homem que lidera o PCCh em uma nova jornada”.

Para realizar a segunda etapa do rejuvenescimento nacional, acrescenta o artigo, “primeiro, a modernização socialista deve ser ‘basicamente realizada’ até 2035 e, em segundo lugar, a China deve ser construída como um grande país socialista moderno que seja próspero, forte, democrático, culturalmente avançado, harmonioso e belo em meados do século 21, o que será em torno do centenário da República Popular da China em 2049”.

Desde que Mao anunciou ao mundo que “o povo chinês se colocou de pé”, até o momento atual, em que a China já se tornou a maior economia do mundo por paridade de poder de compra, é a ‘fábrica do mundo’, o maior parceiro comercial da maioria dos países e quase diariamente surpreende o planeta com inovações e conquistas, tem sido uma longa marcha.

Consenso sobre o passado e para o futuro

A histórica resolução sobre os 100 anos do PCCh divide a trajetória em quatro períodos diferentes nos quais os comunistas chineses, com Mao Tse Tung, Deng Xiaoping, Jiang Zemin, Hu Jintao e Xi Jinping como principais dirigentes, alcançaram uma série de conquistas históricas: o período da revolução da nova democracia (Mao); o período

de revolução e construção socialista (Mao); o novo período de reforma, abertura e modernização socialista (Deng, Jiang e Hu); e a nova era do socialismo com características chinesas (Xi).

O Global Times comparou essa trajetória a uma “corrida de revezamento”, em que diferentes gerações de comunistas chineses cumpriram sua missão e superaram desafios, lançando as bases para a próxima geração avançar no rejuvenescimento da China e na busca da felicidade para seu povo, e desenvolvendo o socialismo com características chinesas.

Comunicado emitido pelo pleno do PCCh registrou que o Comitê Central, com Xi em seu núcleo, “demonstrou grande iniciativa histórica, tremenda coragem política e um poderoso senso de missão … resolveu muitos problemas difíceis que estavam há muito na agenda” – numa referência a problemas como a corrupção, poluição e as tentativas, insufladas desde o exterior, de minar a reunificação da nação chinesa em curso sob o lema de “Um País, dois sistemas”, respondidas com a prevalência em Hong Kong do princípio de “os patriotas dirigem” e advertências claras aos avassalados instalados no palácio em Taipei. A que se somam a investida de Washington tentando deter o avanço da China na alta tecnologia, as provocações no Mar do Sul da China, a guerra comercial e a pandemia.