O ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou a defender a privatização do Banco do Brasil na reunião ministerial do dia 22 de abril, divulgada em vídeo, após decisão do ministro Celso de Melo do Supremo Tribunal Federal (STF), na sexta-feira (22), de retirar o sigilo da gravação que faz parte da investigação acerca da acusação feita pelo ex-ministro Sérgio Moro de que Jair Bolsonaro queria interferir politicamente na Polícia Federal para proteger sua família.
Sob risos de Jair Bolsonaro, Guedes afirmou que “o Banco do Brasil é um caso pronto de privatização” e que “tem que vender essa porra logo”.
Rubem Novaes, escalado por Guedes para presidir o Banco do Brasil, foi provocado pelo ministro da Economia para “confessar o seu sonho” de privatizar banco. Interrompendo, Bolsonaro disse para ele confessar depois, em 2023.
A declaração de Guedes vazou no dia 15 e recebeu o repúdio dos servidores do Banco do Brasil, através da Associação Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil, agora confirmada pelo vídeo.
Veja trechos do diálogo entre Guedes, Bolsonaro e Rubem Novaes sobre a privatização do Banco do Brasil.
Paulo Guedes: É um caso pronto e a gente não tá dando esse passo. Senhor já notou que o BNDES e a Caixa que são nossos, públicos, a gente faz o que a gente quer. Banco do Brasil a gente não consegue fazer nada e tem um liberal lá. Então tem que vender essa porra logo.
Jair Bolsonaro: Vamos dispensar o Rubem da próxima reunião aí, pô.
Depois de Rubem Novaes admitir que “o público vê o Banco do Brasil como um porto seguro”, foi provocado por Guedes.
Paulo Guedes: Mas só confessa o seu sonho.
Rubem: Hein?
Paulo Guedes: Confessa o sonho.
Jair Bolsonaro: Deixa pra depois, confessa não.
Rubem: Agora …
Paulo Guedes: Confessa o seu sonho.
Rubem: Em relação a privatização …
Jair Bolsonaro: Faz assim: só em 23 cê confessa, agora não.
Rubem: Em relação (risos) à privatização, eu acho que fica claro que com o BNDES cuidando do desenvolvimento e com a Caixa cuidando do fim … da área social, o Banco do Brasil estará … estaria pronto … para um programa de privatização, né?