Igreja Universal do Reino de Deus iniciou suas operações em Angola em 1992 e tem mais de 230 templos no país

Por “orientação do bispo Macedo” se “decidiu vender mais da metade do patrimônio da Igreja Universal do Reino de Deus em Angola, sem prévia consulta aos bispos, pastores, obreiros e membros angolanos”, denuncia manifesto assinado por 330 bispos e pastores angolanos exigindo a expulsão dos representantes de Edir Macedo da Universal de Angola.

O manifesto, no qual os pastores angolanos, rebelados contra “’nepotismo, racismo e amiguismo”, rompem com os chefes brasileiros da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), também afirma que os angolanos pretendem assumir o comando da igreja em Angola.

O documento lido na frente da sede da IURD em Luanda (uma vez que os pastores que o apresentaram foram impedidos de entrar na igreja, como pretendiam, para lerem o documento em seu interior) afirma ainda que “o referido patrimônio inclui residências e terrenos que foram adquiridos e/ou construídos com os dízimos, ofertas e doações dos bispos, pastores, obreiros e membros de Angola”.

Segundo a denúncia, “tal decisão do bispo Macedo, em vender o patrimônio acima referido, foi transmitida em reunião secreta em Luanda, presidida pelo bispo Honorilton Gonçalves, onde apenas alguns poucos pastores e bispos brasileiros participaram e nenhum bispo/pastor angolano teve acesso a tal reunião, nem sequer o representante legal da Igreja”.

Vídeo da TV Pública de Angola (TPA) mostra a tensão do momento em que os pastores angolanos são proibidos de entrar na sede da Universal em Angola:

O manifesto acusa ainda que o bispo Macedo de impor aos pastores angolanos a realização de cirurgias de vasectomia:

“Nos últimos doze meses, a anterior e atual liderança brasileira por orientação do bispo Edir Macedo tem forçado os pastores solteiros e casados a submeterem-se a um procedimento cirúrgico de ‘esterilização’, tecnicamente conhecido como vasectomia, em claras violações graves dos direitos humanos, da lei e da Constituição da República de Angola, práticas estas que são estranhas aos costumes da nossa realidade africana e angolana.”

Sob acusações similares, de racismo, afastamento de pastores locais de postos de mando, exploração dos pastores africanos, a Igreja Universal – que se estendeu por diversos países no continente africanos – tem sido alvo de intensos protestos não apenas em Angola.