Porta-voz do CNA, Pule Mabe, condena "comportamento racista e mentiroso de Trump" | Foto: extraída de Twitter

O Congresso Nacional Africano (CNA), que governa a África do Sul, classificou o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, como “divisionista, misógino e desrespeitoso”, em resposta a relatos do novo livro do ex-advogado pessoal de Trump, Michael Cohen. No livro “Disloyal: A Memoir”, o ex-advogado afirma que Trump disse do Prêmio Nobel da Paz que “não era um líder, fodeu a África do Sul que agora é um lugar de merda”.

O porta-voz do CNA, Pule Mabe, afirmou que “todas as pessoas do mundo que amam a liberdade ficam horrorizadas com esses insultos que vêm de uma pessoa que, por si só, não é um modelo de liderança competente”.

E completou: “o presidente Mandela também acreditava no bom comércio e nas relações diplomáticas sólidas. O presidente Mandela entendia o valor da amizade internacional entre os países do mundo”.

“A marca de um verdadeiro líder não é quantos inimigos você cria, mas quantas amizades você cultiva, mesmo quando fortes diferenças de opinião existem”, prosseguiu Mabe, lembando que “Mandela é um ícone internacional, um defensor da liberdade reverenciado e um grande líder que será lembrado e celebrado nos próximos séculos”.

Além de insultos à Mandela, o livro também diz que Trump se comporta como um mafioso e tem uma opinião negativa de todos os negros e chegou a dizer “diga-me um país governado por um negro que não é um esgoto”.

As palavras lembram alegações semelhantes, de 2018, onde Trump se referiu aos países africanos como nações “bostas”. Naquela época, Trump disse aos repórteres: “Não sou racista. Sou a pessoa menos racista que você já entrevistou”. A Fundação Nelson Mandela também se manifestou, e disse não acreditar que “os líderes que se comportam da maneira como o Sr. Trump o faz estejam em posição de oferecer comentários confiáveis sobre a vida e a obra de Madiba [Mandela]”.

Mandela foi preso por 27 anos por sua luta contra o apartheid, que foi um sistema legalizado de discriminação contra pessoas que não eram brancas, introduzido na África do Sul em 1948. Mandela negociou com o governo de minoria branca para garantir uma transição não violenta para o governo democrático em 1994.

Ele ganhou o prêmio Nobel ao lado do ex-presidente sul-africano, de Klerk, o homem com quem negociou, por seus esforços em garantir um “término pacífico do regime do apartheid”. Mandela se tornou o primeiro presidente negro da África do Sul em 1994 e deixou o cargo em 1999. Ele morreu em 2013 aos 95 anos.

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