Parlamentares vão acompanhar processo de implantação do 5G
Na sessão da Câmara dos Deputados, na quarta-feira (2), a deputada Perpétua Almeida (PCdoB) defendeu que “as discussões em torno do 5G precisam ser resolvidas com transparência em todo o processo, porque é fundamental para o Brasil”.
A deputada ressaltou a importância da decisão do presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), de criar um grupo de trabalho que acompanhará a implementação da tecnologia de quinta geração (5G) no País. O grupo será formado por 9 parlamentares de diversos partidos e será coordenado por Perpétua Almeida.
“O 5G será um dos principais marcos da revolução tecnológica em curso e um vetor fundamental de crescimento do país. Por isso, um debate amplo e o caráter técnico das decisões associadas serão fundamentais para o futuro da economia brasileira”, declarou a parlamentar.
Perpétua alertou os parlamentares da movimentação que o governo Bolsonaro está fazendo para banir a empresa Huawei do mercado brasileiro. No seu discurso, a deputada citou alguns trechos de uma nota da Conexis Brasil Digital (antigo SindiTelebrasil), que se posicionou na semana anterior manutenção da Huawei no mercado brasileiro.
“Sr. Presidente, há um apelo das empresas ligadas ao SindiTelebrasil para que as discussões em torno do 5G sejam discussões técnicas e nunca discussões ideológicas. Por isso, é muito importante a Câmara dos Deputados não ficar assistindo de camarote a esse debate, a essa discussão, a essa briga. A Câmara precisa interferir inclusive no processo.”, defendeu a deputada Perpétua Almeida do PCdoB.
No próximo ano, a Agência Nacional de Telecomunicações irá leiloar faixas de frequência para a utilização da tecnologia de 5G. Bolsonaro está buscando meios para tentar barrar a presença da fabricante chinesa de equipamentos de comunicação Huawei neste certame, com o objetivo de agradar Donald Trump, que declarou uma guerra tecnológica contra a China, principal parceiro comercial do Brasil.
Através do Itamaraty, o governo já assinou protocolos de intenções de apoio ao “Clean Network” (ou “Rede Limpa”), lançado por Donald Trump – um acordo cujos países signatários se submetem a banir de suas redes a tecnologia 5G da Huawei e quaisquer outras tecnologias de origem chinesa, como aplicativos de celulares, por exemplo. Com isto, os norte-americanos estariam livres para impor a estes países seus dispositivos 5G, que são, em média, 30% mais caros que os equipamentos da Huawei.
No Brasil, as operadoras recusaram o convite da embaixada norte-americana de apoio ao “Clean Network, e já anunciaram que irão recorrer à Justiça se o governo Bolsonaro banir a Huawei do mercado brasileiro.
Na carta divulgada pela Conexis Brasil Digital, as operadoras afirmam que “esse ambiente de incertezas pode impactar o desempenho do setor, pois eventuais restrições implicarão em potenciais desequilíbrios de custos e de atrasos ao processo, afetando diretamente a população brasileira”.