Ao comparecer à Câmara dos Deputados nesta terça-feira (19) para denunciar censura a show que faria na cidade de Goiás, a 148 Km de Goiânia (GO), o cantor goiano Itamar Correia recebeu apoio do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), através dos deputados Renildo Calheiros (PE) e Jandira Feghali (RJ).

A apresentação presta homenagem aos mortos e desaparecidos, vítimas da ditadura militar no estado de Goiás, assim como vem fazendo em toda a sua carreira política. O artista, é autor de músicas como Xambioá, Araguaia Meu Amor e Desaparecido.

A apresentação, prevista para acontecer sábado (16) no Cine Teatro São Joaquim, seria o lançamento do novo CD “Todos estão em nós”, que faz homenagem aos 15 mortos e desaparecidos em Goiás, vítimas da ditadura militar. O show, entretanto, foi cancelado pela Secretaria de Cultura do governo de Goiás.

Itamar Correia afirma que o show não foi cancelado, mas sim censurado. “Fui censurado por uma censura política”, disse a um veículo da cidade. “Estou fazendo show em homenagem aos 15 mortos e desaparecidos em Goiás, vítimas da ditadura militar de 1964 e estendendo essa homenagem ao Dom Tomás Balduíno, Dom Pedro Casaldáliga e Frei Marcos Lacerda e, o que aconteceu para minha surpresa, depois de várias propagandas e chamadas, essa semana foi surpreendido com um comunicado suspendendo a apresentação”, completou.

A Secretaria de Cultura alegou que, pelo regulamento do Cine Teatro São Joaquim, não é permitido eventos políticos e que por isso o pedido para concessão do espaço foi revisto.

O cantor relatou que tentou reverter a suspensão, mas não obteve sucesso. Itamar Correia criticou a justificativa da secretaria para o cancelamento do show, dizendo que não é de nenhum partido e que o trabalho dele é político.

“Essa argumentação é uma forma de expressar a dissimulação sobre o assunto, um pretexto para esconder o que há de verdadeiro, o verdadeiro é que no artigo 2 do Regulamento do Teatro é que o ‘teatro não admite ação política partidária’, o meu trabalho não é partidário e não pode deixar de ser político”, completou.