O agravamento da pandemia no Amazonas, com a alta do número de mortes e de internações desde o fim do ano passado, levou o sistema de saúde ao colapso na capital Manaus. Segundo o relato de profissionais que atuam na linha de frente do combate à Covid-19, a situação ficou dramática nesta quinta-feira (14) com a falta de oxigênio em hospitais.

Profissionais de saúde que atuam em unidades de atendimento destinadas ao tratamento da doença denunciaram que pessoas doentes de Covid-19 estão morrendo sufocadas.

Nas redes sociais, deputados da Bancada do PCdoB na Câmara comentaram o caos na saúde pública do Amazonas, observando que o agravamento do drama social no estado é resultado direto da maneira como o governo Bolsonaro está agindo durante a pandemia.

A líder na Casa, deputada Perpétua Almeida (AC), destacou que a mortandade em Manaus é fruto da irresponsabilidade do poder público, que não se programou para o pior. “Bolsonaro chegou a dizer que ‘estamos no finalzinho da pandemia’, a mesma que chamou de gripezinha, mas que já matou mais de 200 mil brasileiros. Ele ainda dificulta recursos para as vacinas e incentiva as pessoas a não se vacinarem”, afirmou.

Perpétua Almeida lembrou que o Brasil é o único país que tem um Sistema Único de Saúde, que é público e gratuito, que ainda não começou a vacinar sua população. Para a líder do PCdoB, Bolsonaro é um “lider” que conduz seus seguidores ao suicídio.

“Falta oxigênio, falta UTI e respiradores. Falta emprego para o povo. Mas, acima de tudo, falta alguém que comande o País, porque NÃO TEMOS PRESIDENTE que cuide do Brasil”, frisou.

De acordo com os dados do governo do Amazonas, foram registradas quase dois mil novos casos e 24 mortes por Covid-19 no estado nas últimas 24 horas. Mais de 5.800 pessoas morreram desde o início da pandemia. A ocupação dos leitos de UTIs na rede pública e privada ultrapassa 90% da capacidade.

Com o agravamento da situação, aumentam as cobranças ao poder público, principalmente ao Ministério da Saúde, por ações emergenciais.

“Uma tragédia anunciada e um governo incapaz, inerte e desumano. Os estados e municípios fazem o que podem, mas sem coordenação nacional é difícil enfrentar uma pandemia”, apontou a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), que também é médica.

A parlamentar observou que no Amazonas há relatos de que pessoas estão morrendo em casa por falta de vagas nos hospitais. “O País clama por medidas que desafoguem unidades de saúde e salvem vidas”, argumentou.

“Pessoas morrendo aos magotes em Manaus por falta de OXIGÊNIO! Ar, o elemento mais básico da vida. Isso é o resultado do negacionismo de Bolsonaro. O genocida não dirige um governo, ele comanda o APOCALIPSE! #ForaBolsonaro #SOSManaus”, escreveu o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) no Twitter.

Medidas de emergência

Após reunião com representantes do governo federal e de municípios do Amazonas, o governador Wilson Lima anunciou novas medidas de restrição para tentar conter a disseminação do novo coronavírus, plano de abastecimento de oxigênio para as unidades hospitalares e a remoção de pacientes para outros estados.

Há previsão de transferência de pacientes para o Piauí.

 

(PL)