Parlamentares criticam compra de 5 milhões de vacinas por rede privada
A Associação Brasileira das Clínicas de Vacinas (ABCVAC) negocia com a farmacêutica Bharat Biotech a compra de 5 milhões de vacinas Covaxin, desenvolvida na Índia. As doses seriam destinadas às clínicas particulares, o que restringiria o acesso universal e favoreceria, apenas, as pessoas que podem pagar pela medicação. Representantes do PCdoB-BA condenam essa prática.
A deputada federal Alice Portugal (PCdoB-BA) manifestou-se contra essa decisão. “O que Bolsonaro trama contra o Brasil? Que o setor privado inicie a vacinação antes do estado brasileiro? Quase 200 mil mortos em nome de um caprichoso déspota”, comentou a parlamentar.
Para o vereador de Salvador Augusto Vasconcelos, a venda do imunizante e a oferta por meio de clinicas particulares irá evidenciar mais ainda a desigualdade social. “Permitir a venda de vacinas, antes da vacinação gratuita ofertada pelo SUS, vai exacerbar as desigualdades desse cruel sistema capitalista. Na prática, quem tiver dinheiro vai passar na frente, enquanto a imensa maioria de pobres ficará sem proteção. Saúde não é mercadoria”, destacou.
Médica e secretária de políticas para as mulheres do estado da Bahia, Julieta Palmeira, acrescenta que a notícia da negociação da vacina pelo setor privado é preocupante. “O anúncio traz um alerta para quem entende a saúde como um direito de todos e todas: garantir vacina pelo SUS já! Saúde é um direito e tem a ver com democracia”, comentou.
O Brasil ainda aguarda o aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para a distribuição da vacina no país. A liberação inclui diversas etapas até o seu registro. O processo estabelecido pela agência envolve a observação de possíveis reações adversas, a fase de avaliação de qualidade, a certificação de boas práticas de fabricação, o pedido de uso emergencial, o pedido de registro e o monitoramento do plano de gerenciamento de risco.
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(BL)