O desembarque do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, anunciado nesta segunda-feira (29), repercutiu nas redes sociais dos parlamentares do PCdoB. Apesar de refletir a política atrasada, conflituosa, subserviente e de extrema-direita de Bolsonaro, pressões recentes do Congresso, de alas do governo e setores diversos da sociedade e da economia resultaram na saída do ministro, tido como o pior que já ocupou a diplomacia brasileira.

O líder do PCdoB na Câmara, deputado federal Renildo Calheiros (PE), declarou: “A saída de Ernesto Araújo do Ministério das Relações Exteriores deve ser comemorada. Ele foi extremamente nocivo à diplomacia brasileira, ameaçando a histórica relação pacífica do Brasil com os demais países”.

O parlamentar acrescentou ainda que o chanceler “causou atritos desnecessários com o nosso maior parceiro comercial, a China, país que também fornece insumos para a produção de vacinas contra a Covid do Butantan. Tentou promover uma política ideológica à frente da pasta, mesmo que essa estratégia prejudicasse o povo brasileiro”.

Ernesto esqueceu, disse Renildo, “de uma premissa básica: de que os países não têm amigos, mas sim interesses econômicos e políticos”. O deputado ressaltou ainda que “um dos últimos absurdos do ministro foi causar cizânia com o Senado em um momento em que precisamos de um esforço coordenado dos poderes para superarmos a pandemia”.

Por fim, o líder do PCdoB apontou: “esperamos que o presidente Jair Bolsonaro indique um sucessor mais alinhado com a tradição diplomática brasileira. Não aguentamos mais a incapacidade do governo que destrói deliberadamente as instituições duramente forjadas nas últimas décadas”.

Política negacionista

A vice-líder do PCdoB na Câmara, deputada federal Perpétua Almeida (AC), salientou: “Ernesto Araújo caiu e o Brasil agradece! Que leve junto sua desastrosa política externa que tanto mal nos causou, como o atraso nas negociações para a compra de vacinas. Bolsonaro só não pode agora trocar seis por meia dúzia. Precisamos de amplas relações diplomáticas com todos os países”.

Perpétua colocou ainda que “a política negacionista de Araújo não representou os interesses nacionais ao focar na guerra ideológica, envergonhando a tradição diplomática do Itamaraty. Criou conflitos com países do Brics, Mercosul, União Europeia e outros. Recusou importantes parcerias com ONU, OMS e OMC”.

Jandira Feghali, deputada federal do PCdoB-RJ, enfatizou que Araújo “atrapalhou a diplomacia brasileira no mundo, atrapalhou a diplomacia pela vacinação com países produtores, tentou embarreirar acordos de saúde, atacou países, fez nada pelo nosso povo lá fora”.

Ironizando o “terraplanismo” do governo Bolsonaro, o deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP) postou: “Urgente! Ernesto Araújo caiu da terra plana”. O parlamentar destacou ainda que “o governo está esfarelando. O povo, as elites políticas e econômicas, setores cada vez mais amplos da sociedade demonstram indignação e incredulidade com o desgoverno que mata e dizima a Nação. Bolsonaro está isolado, pode ficar insustentável. Viveremos momentos tensos”.

Orlando acrescentou ainda que a passagem de Ernesto Araújo “é uma infâmia histórica para o Itamaraty. Em dois anos, o governo Bolsonaro jogou na latrina dois séculos de uma política externa respeitada e altiva. Mudar o ministro é pouco, é preciso outro governo, capaz recuperar a credibilidade do Brasil”.

A deputada federal Alice Portugal (PCdoB-BA) também comemorou: “Ernesto Araújo desencalha a diplomacia brasileira. Já vai tarde! Ernesto Araújo é mais um sintoma do pior governo da história do Brasil.  Causou um desastre na imagem internacional do país lá fora. Já vai tarde, mas vamos ficar de olho em quem irá substituir!”.

Na mesma linha, o deputado federal Daniel Almeida apontou: “Grande parte dos problemas que estamos enfrentando agora para aquisição das vacinas decorre da atitude isolacionista que o Brasil adquiriu com o Itamaraty, levando o país ao retraimento brutal”. E ponderou: “Isso é absolutamente incompatível para a função pública, sobretudo para um cargo como esse que demanda relações com as diversas nações. Vamos aguardar a nova figura nessa dança de cadeiras”.

A deputada federal Professora Marcivânia (PCdoB-AP) concluiu: “Depois de causar prejuízos enormes ao Brasil, afetando nossa imagem no exterior e dificultando relações com países estratégicos nesse momento tão desesperador, eis o que Ernesto Araújo, finalmente, deixa o ministério… que alguém não tão ruim assuma o seu lugar!”.

 

Por Priscila Lobregatte
Com Bárbara Luzan