FILE PHOTO: Tedros Adhanom Ghebreyesus, Director General of the World Health Organization (WHO) attends a session on the coronavirus disease (COVID-19) outbreak response of the WHO Executive Board in Geneva, Switzerland, October 5, 2020. Christopher Black/WHO/Handout via REUTERS

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, defendeu, na quarta-feira (30), a urgência de que a vacina seja acessível a todas as pessoas sob risco de contrair o Covid-19 onde quer que estejam e não apenas nas nações mais ricas.

Tedros Adhanom Ghebreyesus, fez o apelo ao tempo em que declarou a necessidade de que a OMS seja subsidiada com mais 4 bilhões de dólares para a aquisição de vacinas e sua distribuição a países mais necessitados através do programa COVAX.

“Este é o desafio que nos é colocado no novo ano”, disse Tedros, que acrescentou: “As vacinas oferecem grande esperança para que viremos a maré da pandemia. Mas, para proteger o mundo, temos que garantir que todas pessoas em todo canto – não apenas nos países que podem comprar a sua aquisição – sejam imunizadas”.

Ele também conclamou todos os governos a combaterem teorias conspiratórias e ataques à ciência (como perpetrado fartamente pelos presidentes Bolsonaro e Trump) dizendo: “A escolha é fácil. Andar as últimas milhas desta crise juntos, ajudando-se mutuamente ao longo da jornada, para repartir as vacinas com justiça, com a oferta acurada do bom aconselhamento, compaixão e cuidado a todos que os necessitem”.

A determinação da OMS é chegar a 2 bilhões de doses alocadas aos países mais pobres através da Aliança COVAX e que devem chegar a estes ainda no início de 2021.

Segundo levantamento da Reuters, até o final do ano, cerca de 82 milhões de pessoas foram contagiadas e o número de mortos atingiu os 1.808.041 em 1º de janeiro de 2021.

“No contexto de um programa efetivo de vacinação global, o cenário provável é que o vírus se torne mais um vírus endêmico, que vai oferecer ainda algum tipo de ameaça, mas uma ameaça de nível baixo, como outros”, afirmou Mike Ryan, especialista da OMS em questões emergenciais.

A OMS aprovou a vacina Pfizer-BioNTech para uso emergencial. O imunizante é o primeiro a entrar na lista da OMS e já vem sendo aplicado no Reino Unido, na União Europeia, no Canadá e nos EUA.

Com a aprovação para uso emergencial, a Unicef (fundo da ONU para a infância) e Opas (Organização Pan-Americana da Saúde) podem adquirir a vacina e distribuir a países menos desenvolvidos. A aprovação de seu uso emergencial também serve de aval para aqueles que não possuem agência regulatória.

A vacina Pfizer-BioNTech requer, para estocagem, temperaturas de congelamento abaixo dos 70ºC, o que obstaculiza sua aplicação em países mais pobres onde a população esteja distribuída a longas distâncias e sem condição de aquisição de freezers em larga escala. “Este requerimento traz à vacina um desafio a mais em locais onde não houver disponibilidade de equipamento de ultrafrio”, admitiu a OMS, que acrescentou estar “trabalhando para apoiar países no acesso aos planos de distribuição e o uso da vacina onde for possível”.

Ela contém o vetor mensageiro RNA (mRNA) um método ainda não comprovado por outras vacinas. Outros fabricantes que usam o método de vetores a partir de vírus atenuados.

Os testes até aqui têm garantido uma eficácia de acima de 90% para a da Pfizer. A OMS considera seguro aplicar vacinas com eficácia comprovada de acima de 50%.

No Reino Unido, onde a vacina Pfixer-BioNTech foi primeiramente aplicada, já foram vacinadas 521.594 pessoas na Inglaterra, 56.676 na Escócia, 22.595 no País de Gales e 16.068 na Irlanda do Norte, de acordo com dados do Departamento de Saúde e Cuidados Sociais britânico.