Para incentivar imunização nos EUA, Biden se vacina diante da TV
No esforço para debelar o negacionismo que grassou no país nos últimos quatro anos, o presidente eleito Joe Biden se vacinou contra a Covid-19 na segunda-feira (21) e, na terça-feira (22) foi a vez do principal infectologista dos EUA, Dr. Anthony Fauci. O momento da imunização foi transmitido ao vivo com o objetivo, conforme ressaltou a CNN, de “incentivar a população a fazer o mesmo”.
O democrata de 78 anos recebeu a primeira das duas doses da vacina BioNTech/Pfizer, alemã-americana. A outra dose será aplicada em 20 dias. Fauci foi o primeiro a receber a outra vacina desenvolvida nos EUA, a da Moderna.
“Eu estou fazendo isso para mostrar que as pessoas têm que estar preparadas para se vacinar assim que for possível. Não quero furar fila, mas quero ter certeza de que mostraremos ao povo americano que é seguro tomar”, disse Biden.
Ele também agradeceu aos “cientistas e trabalhadores da linha de frente”, chamando seu trabalho de “simplesmente espantoso”. Biden, que toma posse no dia 20 de janeiro, já se comprometeu em vacinar 100 milhões de norte-americanos nos primeiros três meses na Casa Branca.
Apelo idêntico do Dr. Fauci, de 79 anos, ao se vacinar. “Como um símbolo para o resto do país de que eu sinto extrema confiança na segurança e eficácia desta vacina”, afirmou. “Quero encorajar a todos que tenham a oportunidade que se vacinem, de modo que possamos ter um véu de proteção sobre este país que termine com esta pandemia”, acrescentou.
Na sexta-feira, em ato também televisionado, o vice de Trump, Mike Pence, recebeu o imunizante. Em paralelo, no Congresso, foram vacinados o líder dos republicanos no Senado, Mitch McConnell, e a presidente da Câmara, a democrata Nancy Pelosi.
Os ex-presidentes Barack Obama, George W. Bush e Bill Clinton também anunciaram que irão se vacinar diante da mídia para ajudar a convencer a população sobre a importância de se imunizar.
A vice-presidente eleita, Kamala Harris deve tomar a vacina na próxima semana. Também o atual secretário de Saúde dos EUA, Alex Azar, se vacinou na terça-feira.
Sob Trump, todo tipo de sandice sobre a Covid-19, da ‘cura com cloroquina’ à ‘violação das liberdades individuais pela máscara’, prosperou, e mesmo em estados em que os hospitais já têm caminhões frigoríficos na porta, aguardando corpos, porque os necrotérios não dão conta, uma enorme proporção de pessoas ainda duvida que o coronavírus não seja uma ‘gripezinha’.
A pandemia segue descontrolada nos EUA e, na segunda-feira (21), ultrapassou a marca de 18 milhões de casos. O total de mortos está prestes a superar 320 mil. Foram necessários apenas quatro dias para que o país atingisse este milhão de infecções adicional. Em 24 horas, mais de 115 mil hospitalizações. Os EUA são recordistas mundiais em quantidade de infecções e de mortos pela Covid-19.