O ministro da Economia, Paulo Guedes, continua insistindo na sua velha ladainha de que arrochar cada vez mais os trabalhadores, tirar todos os direitos, enfim, transformá-los em escravos, é o que vai tirar o Brasil do buraco em que está metido.

Referindo-se ao que ele chama de “invisíveis” – os mais de 40 milhões de brasileiros, em sua maioria pessoas que vivem do trabalho informal e que durante a pandemia tiveram que recorrer ao auxílio emergencial para sobreviver – Guedes defendeu a flexibilização da legislação trabalhista e citou a Carteira Verde Amarela.

“Temos que reconhecer o direito à existência desses brasileiros. Eles não conseguiram sobreviver com o quadro de legislação trabalhista existente. Eles foram excluídos”, afirmou.

“Será que precisamos de um regime extraordinário para eles por um, dois anos? Nós temos que raciocinar sobre isso”, disse o ministro durante participação em um seminário do Instituto de Estudos Jurídicos Aplicados (Ieja).

A proposta da Carteira Verde e Amarela foi uma das primeiras iniciativas do governo Bolsonaro, que tentou passá-la no Congresso Nacional como medida provisória. A MP, que tirava direitos consolidados na CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas) como salário mensal, férias remuneradas, 13º salário e FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), foi rechaçada por sindicalistas e amplos setores da sociedade, e acabou caducando no Senado.

Também alheio aos 14 milhões de desempregados, produção industrial em queda, descontrole total nos preços da cesta básica, gás de cozinha e energia, o ministro ainda voltou a afirmar que a retomada da economia está ocorrendo em “V”. “Estamos vendo a reação do Brasil e o país surpreendendo de novo”, disse.