O general Santos Cruz

O general Santos Cruz, ex-ministro-chefe da Secretaria de Governo da Presidência do Brasil, criticou, nesta segunda-feira (24), em suas redes sociais, a participação do general Eduardo Pazuello na aglomeração política patrocinada por Jair Bolsonaro no domingo, na cidade do Rio de Janeiro. Os militares da ativa são proibidos pelo regulamento interno da instituição de participar de atos políticos.

Santos Cruz afirmou com letras garrafais que atitude foi um “péssimo exemplo para o país”. Ele lembrou que “de soldado a general tem que ser as mesmas normas e valores”. “O presidente e um militar da ativa mergulharem o Exército na política é irresponsável e perigoso. Desrespeitam a instituição. Um mau exemplo, que não pode ser seguido”, assinalou o general.

No fim de semana, Bolsonaro desrespeitou o decreto sanitário em vigor na cidade do Rio de Janeiro que proíbe aglomerações com mais de cem pessoas e torna obrigatório o uso de máscara. Caravanas de motos de vários pontos do país atenderam à convocação do presidente e se dirigiram ao Rio de Janeiro ajudando a espalhar o vírus na cidade. O general da ativa, Eduardo Pazuello, afrontou as normas o Exército ao discursar no final do ato político convocado nas redes sociais por Jair Bolsonaro.

O ex-ministro da Saúde chegou ao evento na Zona Oeste do Rio usando de máscara e, quando se aproximou do palanque onde estava Bolsonaro, retirou-a do rosto e guardou o instrumento de proteção contra o vírus no bolso. O ex-ministro permaneceu ao lado de Bolsonaro que discursava criticando as normas, os governadores e as autoridades sanitárias que determinaram as medidas restritivas na tentativa de conter a disseminação do vírus.

O Rio de Janeiro tinha registrado, até sábado (22), 49.438 mortes e 839.623 casos de Covid-19. Já a taxa de ocupação de leitos de Unidades de Tratamento Intensivo (UTI) no Estado do Rio de Janeiro chega a 84%. No país já são quase 450 mil mortos pela pandemia do coronavírus, que não dá mostras de estar tendo um arrefecimento, como apregoou Bolsonaro no ato.

Chamado pelo capitão cloroquina de “meu gordinho”, o ex-ministro da Saúde, que mentiu durante seu depoimento à CPI da Pandemia, dizendo aos senadores que sempre usa e sempre defendeu o uso de máscara em lugares

públicos, subiu ao carro de som e discursou sem máscara. Ele ficou ao lado de outros ministros que acompanhavam Bolsonaro em seu passeio de moto pela cidade do Rio de Janeiro. Há quem diga que Bolsonaro com esses “passeios” encontrou uma nova forma de espalhar o vírus: por delivery, ou seja, de moto.