Arcebispo Gregory em encontro com o Papa nos EUA em dezembro do ano passado

O para Francisco anunciou a indicação de 13 novos cardeais nos Estados Unidos, destacando-se entre eles o arcebispo Gregory, o primeiro cardeal negro na história da igreja católica norte-americana.

A cerimônia de nomeação está programada para o dia 28 de novembro.

Gregory foi nomeado arcebispo da capital norte-americana, Washington DC, em 2019. Ele serviu à igreja dos EUA nas cidades de Chicago e Atlanta.

Este ano ele esteve entre as lideranças laicas e religiosas que condenaram a agressão aos manifestantes com carga de cavalaria e bombas de gás lacrimogêneo. A manifestação diante da Casa Branca acontecia em protesto pelo assassinato de George Floyd, asfixiado até a morte por policial ajoelhado com todo seu peso sobre seu pescoço.

A ordem para a dispersão violenta e intempestiva veio de dentro da Casa Branca para abrir caminho a que Trump posasse com uma Bíblia na mão diante da igreja St. John a poucos passos da sede do governo norte-americano. Pouco antes de seu gesto demagógico condenado pelos líderes católico fez um curto discurso para falar em defesa da “lei e da ordem” e ameaçar: “Ou os governadores chamam a Guarda Nacional para dominar as ruas ou vamos deslocar os militares dos Estados Unidos e rapidamente resolver o problema”.

Gregory foi um dos que criticou a profanação de Trump à entrada da igreja naquele dia: “Isso é repreensível e desconcertante. Nenhuma instalação católica pode ser, de forma assim aberta, mal utilizada e manipulada”.

“Ainda mais”, acrescentou, “esta igreja, cujo nome é uma homenagem ao papa João Paulo II, que foi um ardoroso defensor dos direitos e da dignidade dos seres humanos”.

“Ele, João Paulo II, certamente não aceitaria o uso de gás lacrimogêneo e outras formas de pressão para silenciar, dispersar ou intimidar as pessoas para a oportunidade de uma foto diante de um lugar de oração e paz”, denunciou à época o agora indicado ao cardinalato.

No auge das manifestações contra o racismo, Gregory saudou os que “saem às ruas para protestar contra a injustiça”