Papa Francisco cumprimenta sobreviventes do ataque nuclear a Hiroshima Imagem: Kim Kyung-Hoon/Reuters

Foi um “horror indescritível” o que aconteceu com as vítimas das bombas atômicas lançadas sobre Nagasaki e Hiroshima, declarou o papa Francisco em sua visita à cidade japonesa de Nagasaki, onde se calcula que 74.000 pessoas morreram no momento da explosão da bomba lançada pelos Estados Unidos, pouco depois das 11:00 da manhã de 9 de agosto de 1945.

Foi a segunda e última bomba lançada até hoje contra uma população de uma cidade. A primeira foi sobre Hiroshima e que já havia provocado mais de 140 mil mortes.

Em seu pronunciamento, no domingo, após depositar uma coroa de flores brancas no monumento em memória aos mortos no ataque, o papa Fancisco disse que a vontade das pessoas é paz, a segurança e a estabilidade e que lançar ou ameaçar com bombas atômicas “não é a resposta” a estes anseios humanos.

“A paz é incompatível com o medo da destruição mútua ou com as ameaças de aniquilação total”, prosseguiu o papa.

“Este lugar nos faz profundamente conscientes da dor e do horror que seres humanos podem ainda infligir uns aos outros”, acrescentou o papa ao condenar “o dinheiro malbaratado e as fortunas que se fazem com a venda e o comércio de armas. Uma afronta que clama aos céus enquanto milhões de crianças vivem em condições desumanas”.

Minoru Moriuchi, um católico de 82 anos, sobrevivente de Nagasaki, disse esperar que a visita do papa faça “o mundo pensar seriamente” sobre o “inferno vivo” criado pela bomba.

“A irmão de meu pai correu para nossa casa com seus dois filhos e eu nunca esqueço desta visão – seus corpos cobertos de colorações em vermelho e preto e completamente queimados”, disse Moriuchi.

“Quatro outros parentes já mortos foram trazidos, mas não pareciam corpos de humanos”, acrescentou.