Sob aplausos, os italianos receberam neste domingo a chegada dos 52 integrantes da Brigada Médica cubana que desembarcou no país europeu para auxiliar no combate ao coronavírus.

A lição de solidariedade é ainda mais exemplar porque os 36 médicos, 15 enfermeiros e um especialista em logística se dirigirão à Lombardia, precisamente a região mais afetada do país europeu que soma 3.095 mortos até sábado.

“Todos temos medo, porém temos um dever revolucionário a cumprir. Assim que eliminamos o medo e o colocamos de lado”, declarou o especialista Leonardo Fernández, de 68 anos, que acumula inúmeras missões nos mais remotos lugares do planeta, como a febre hemorrágica de Moçambique, o devastador terremoto do Haiti e a epidemia de ébola na Libéria. “Quem diz que não tem medo é um super-herói, mas nós não somos super-heróis, somos médicos revolucionários”, enfatizou, resgatando os exemplos de Fidel e Raul Castro.

O Conselho de Saúde regional da Lombardia solicitou no dia 14 de março que Cuba e China colaborassem com os especialistas italianos, que, diante do avanço do Covid-19, enfrentam o colapso dos serviços médicos, a insuficiência hospitalar e a multiplicação de novos contágios. Assim, explica o conselheiro Giullio Gallera, os médicos estão sendo obrigados a decidir a quem tratar e a quem deixar morrer.

“Neste quadro os médicos cubanos são uma oportunidade extraordinária. Se trata de pessoal altamente especializado que já combateu o ebola e sabe tratar deste tipo de enfermidades”, assinalou.

Até o momento as brigadas médicas cubanas já se encontram em 37 países para prestar solidariedade.